Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO ULTRASSONOGRAFICA NO POS-OPERATORIO DE CIRURGIA TORACICA PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E INFLAMATORIAS

Objetivo

Os objetivos deste estudo são avaliar o papel da ultrassonografia torácica (USGT) no pós-operatório e na detecção de complicações precoces após tratamento cirúrgico, ressecção pulmonar ou decorticação, para doenças infecciosas e inflamatórias do tórax, comparando com o método padrão (a radiografia torácica, RXT) .

Método

Estudo prospectivo, não randomizado, autocontrolado (grupo único) em que 21 pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico de doenças pulmonares inflamatórias e infecciosas por meio de ressecções pulmonares e decorticação pleural. Esses pacientes foram acompanhados com RXT e USGT. Esses pacientes foram acompanhados com RX (rotina atual: consiste na realização de RXT no pós-operatório imediato e diariamente até a retirada do dreno torácico) e USGT. A USGT foi realizada no 1º e 3º dias de pós-operatório e/ou após a retirada do dreno torácico, sendo avaliadas as seis zonas pulmonares. Os pacientes foram posicionados em decúbito dorsal, com o transdutor em decúbito lateral ao nível da linha axilar média. Para avaliar o parênquima, dividimos cada hemitórax em seis zonas padronizadas, que são delimitadas, anteriormente pela região paraesternal, linhas axilar anterior e axilar posterior e posteriormente pelas linhas axilar posterior e paravertebral. A identificação do dreno pleural pode ser realizada seguindo sua sombra acústica até sua entrada no espaço pleural. No total, 50 TUSGs e 50 CXRs, em 21 pacientes, foram avaliados por esses padrões. Embora tenhamos previsto anteriormente um total de 63 USGTs e 63 RXTs, 13 pacientes tiveram seu dreno torácico removido antes do 3º dia pós-operatório, resultando em exames do 3º dia coincidindo com os exames pós-remoção do dreno torácico.

Resultados

Vinte e um pacientes foram avaliados, alcançando um total de 50 USGTs e 50 RXTs. A maioria dos pacientes foram diagnosticados com empiema pleural e submetidos a decorticações. O lado direito foi mais comumente afetado. Dos 21, 14 tiveram uma ou mais complicações no pós-operatório e dois foram à óbito. Realizamos análise estatística para comparar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, precisão e acurácia, além da análise Kappa, da USGT com a RXT. É perceptível que ambos os exames possuem capacidades semelhantes na detecção de alterações pós-operatórias no espaço pleural. Realizamos análise estatística para comparar a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo, precisão e acurácia da USGT com a RXT. É perceptível que ambos os exames possuem capacidades semelhantes na detecção de alterações pós-operatórias no espaço pleural. No entanto, observamos que a USGT é estatisticamente mais precisa na detecção de enfisema subcutâneo do que a RXT (p = 0,037). À análise Kappa, temos resultados similares(Kappa = 0,3068). A análise dos demais parâmetros não apresentou diferença estatística.

Conclusões

A USGT é equivalente à RXT na busca de complicações pós-operatórias no tratamento cirúrgico de doenças infecciosas e inflamatórias do tórax e pode ser utilizada como complemento à radiografia quando a tomografia computadorizada torácica não é viável ou quando é necessário um diagnóstico mais urgente.

Área

Tratamento das Infecções Pulmonares

Instituições

Instituto do Coração, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

MAURO RAZUK FILHO, FABIO EITI NISHIBE MINAMOTO, PAULA DUARTE D'AMBROSIO, THIAGO POTRICH RODRIGUES, MARIA CRISTINA CHAMMAS, RICARDO MINGARINI TERRA, ALESSANDRO WASUM MARIANI, PAULO MANUEL PÊGO-FERNANDES