Dados do Trabalho
Título
CONFIANÇA NA VACINAÇAO ENTRE ADOLESCENTES DE MINAS GERAIS, BRASIL: ANALISES PRELIMINARES
Introdução
A adolescência, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é o período compreendido entre 10 e 19 anos de idade. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações disponibiliza imunizantes para todos os ciclos de vida, dentre eles, os adolescentes. No entanto, o alcance das metas de Cobertura Vacinal nesse curso de vida é um desafio. No contexto da hesitação vacinal, os adolescentes representam um grupo pouco investigado, mas sabe-se que a hesitação vacinal ocorre quando há atraso ou recusa da vacinação, mesmo disponíveis nos serviços de saúde, sendo influenciada por questões, como a confiança. Este estudo objetivou compreender a confiança dos adolescentes mineiros e os fatores que a influenciam para a vacinação.
Material e Método
Trata-se de um estudo preliminar, transversal, com 922 adolescentes de 9 a 19 anos no estado de Minas Gerais, Brasil. As informações foram obtidas por meio de questionário on-line, no período de 15 de agosto de 2023 a 12 de abril de 2024. Utilizou-se a Escala de Hesitação Vacinal do Grupo de Trabalho do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas, da Organização Mundial de Saúde, e realizou-se a Principal Component Analysis e modelos de regressão multivariada. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética - CAAE: 69731923.1.0000.5149.
Resultados
Identificou-se que associaram-se à maior confiança: indivíduos com ensino médio em comparação com aqueles com ensino fundamental (β=1,053, em média; IC 95%: 0,344 – 1,763); não usar drogas ilícitas (β=1,60 em média; IC 95%: 0,32 – 2,89; p<0,01), não consumir álcool nos últimos 30 dias (β=1,525; IC 95%: 0,639 – 2,410; p<0,05); nunca ter resistido à vacinação (β=0,451; IC 95%: 0,173 – 0,729; p<0,001) e nunca ter recusado uma vacina (β=0,715; IC 95%: 0,385 – 1,04; p<0,001). E associou-se a menor confiança a ausência do cartão de vacina (β=-0,852; IC 95%: -1,59 – -0,113; p<0,05), não ter conhecimento sobre vacinação (β=-0,711; IC 95%: -0,982 – -0,440; p<0,001), não ter recebido orientações na UBS (β=-0,346; IC 95%: -0,641 – -0,052; p<0,01) e não ter ouvido falar sobre doenças específicas como meningocócica (β=-0,538; IC 95%: -0,89 – -0,184; p<0,01).
Discussão e Conclusões
Apesar dos benefícios comprovados cientificamente da vacinação, a baixa cobertura no grupo de adolescentes sinaliza a importância da identificação dos fatores que influenciam para a adesão dos adolescentes para o planejamento de estratégias que possam reduzir a hesitação, promovendo o aumento da cobertura vacinal.
Palavras Chave
Adolescente; Hesitação Vacinal; epidemiologia; Enfermagem; cobertura vacinal;
Área
Imunizações
Instituições
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Escola de Enfermagem (EEUFMG), Observatório de Pesquisa e Estudos em Vacinação (OPESV) em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG). - Minas Gerais - Brasil
Autores
FERNANDA PENIDO MATOZINHOS , JOSIANNE DIAS GUSMÃO , THALES PHILIPE RODRIGUES SILVA, THAÍS MOREIRA OLIVEIRA, MAIZA DINIZ SOUZA , CAROLINA MACHADO MOREIRA, MARCELA LENCINE FERRAZ , EDUARDO CAMPOS PROSDOCIMI