Dados do Trabalho
Título
COMPARAÇAO DA RESPOSTA IMUNE DE ANTICORPOS EM INDIVIDUOS VACINADOS COM REFORÇO HOMOLOGO E HETEROLOGO CONTRA COVID-19: ESTUDO LONGITUDINAL COM AS VACINAS PFIZER E ASTRAZENECA
Introdução
A vacinação contra COVID-19 tem sido crucial na luta contra a pandemia, e a eficácia dos diferentes regimes de vacinação continua a ser uma área significativa de pesquisa. Com diversos protocolos sendo utilizados, a comparação entre estratégias de vacinação homóloga e heteróloga tornou-se um foco importante de investigação. Este estudo visa comparar a eficácia das vacinas homólogas e heterólogas utilizando Pfizer e AstraZeneca, com o objetivo de avaliar a resposta imunológica ao longo do tempo.
Material e Método
O estudo foi aprovado pelo CAAE 42898621.9.0000.5091 e realizado no Hospital da Baleia em BH-MG. Participaram 102 profissionais de saúde, com protocolo primário de vacinação: 62 receberam AstraZeneca e 40 receberam Pfizer. Dos 62 indivíduos que receberam AstraZeneca, 5 receberam reforço homólogo, 38 heterólogo e 19 não receberam reforço. Dos 40 indivíduos vacinados com Pfizer, 13 receberam reforço homólogo, 20 heterólogo e 7 não receberam reforço. As coletas de sangue foram realizadas após 15, 18, 21 e 24 meses do protocolo primário. A detecção de anticorpos foi realizada usando ELISA IgG para proteína S e N de SARS-CoV-2.
Resultados
Os resultados demonstraram no 15° mês do reforço heterólogo que os indíviduos apresentaram uma maior quantidade de IgG anti S comparado aos demais meses (18m; p<0,001/ 21m;p<0,0001/ 24m;p<0,01). Em relação a produção de IgG anti N observou-se um aumento significativo no 18º mês comparado ao 21º (p<0,0001) e no 15º mês em relação ao 24º (p=0,0395). No reforço homólogo os indivíduos não apresentaram diferenças significativas em relação a quantidade de IgG anti S e N ao longo do tempo. Na cinética de anticorpos observou-se que os indivíduos com reforço heterólogo apresentaram uma tendência de aumento até 24 meses (1,68±0,28), entretanto no reforço homólogo apesar do pico no 15º mês (2,2±0,48) observa-se uma diminuição de IgG anti S a partir do 21º mês (1,45±0,31). Os anticorpos IgG anti N apresentaram variações ao longo do tempo em ambos os reforços.
Discussão e Conclusões
Os resultados deste estudo corroboram com pesquisas anteriores que destacam que a combinação de diferentes vacinas pode gerar uma resposta imunológica mais robusta e prolongada, devido completude de diversidades que estimulam o sistema imune. A vacinação primária com reforço heterólogo apresenta uma resposta ampla e duradoura, apoiando a utilização deste regime como uma estratégia eficaz para aumentar a imunidade e a proteção prolongada contra o vírus além de contribuir na redução de reinfecções.
Palavras Chave
COVID-19; Vacina; SARS-CoV-2; Reforço vacinal; Resposta Imune
Área
Imunizações
Instituições
Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Rene Rachou/IRR - Minas Gerais - Brasil
Autores
PRISCILLA SOARES FILGUEIRAS, LAURA ALVES RIBEIRO OLIVEIRA, NATHALIE BONATTI FRANCO ALMEIDA, SARAH VIEIRA MARQUES CONTIN, CAMILA AMORMINO CORSINI, ADELINA JUNIA LOURENÇO, JÚLIA RODRIGUES BARBOSA VASCONCELOS BANDEIRA, RAFAELLA FORTINI GRENFELL E QUEIROZ