Dados do Trabalho


Título

PERCEPÇAO DE RISCO NA VACINAÇAO ENTRE ADOLESCENTES DE MINAS GERAIS, BRASIL: ANALISES PRELIMINARES

Introdução

A vacinação é considerada uma das mais importantes conquistas e investimento custo-benefício em saúde pública. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) promove e organiza a Política Nacional de Imunizações e disponibiliza imunizantes todos os ciclos de vida, dentre estes os adolescentes. No entanto, apesar do reconhecimento da vacinação como uma conquista fundamental da saúde pública, muitos adolescentes permanecem não vacinados. No contexto da hesitação vacinal, ocorre quando há atraso ou recusa da vacinação, apesar da disponibilidade nos serviços de saúde, sendo influenciada por questões, como complacência (percepção de risco), conveniência e confiança. Este estudo objetivou analisar a complacência entre adolescentes e os fatores que a influenciam para a vacinação.

Material e Método

Trata-se de um estudo preliminar, epidemiológico, observacional, de delineamento transversal, norteado pela ferramenta STROBE. Foi realizado com 922 adolescentes de 9 a 19 anos no estado de Minas Gerais, Brasil, no período de 15/08/2023 a 12 /04/2024. Os dados foram obtidos por meio do questionário on-line e utilizada a Escala de Hesitação Vacinal (EHV) do Grupo de Trabalho do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas (SAGE), da OMS e realizou-se a Principal Component Analysis e modelos de regressão multivariada. O estudo foi aprovado pelo CEP da UFMG CAAE: 69731923.1.0000.5149.

Resultados

Os resultados identificaram menor percepção de riscos dentre: indivíduos com ensino médio (β=0,639; IC 95%: 0,212 – 1,067; p<0,01) em comparação com aqueles com ensino fundamental; adolescentes com maior idade (β=0,084; IC 95%: 0,038 – 0,130; p<0,001); aqueles que não fumaram cigarros nos últimos 30 dias (β=0,649; IC 95%: 0,117 – 1,18; p<0,05) e os que não afirmaram ter tido efeito colateral após a vacinação (β=0,421; IC 95%: 0,257 – 0,585; p<0,001); a afirmação de nunca ter resistido à vacinação (β=0,444; IC 95%: 0,279 – 0,608; p<0,001) e nunca ter recusado uma vacina (β=0,573; IC 95%: 0,379 – 0,766; p<0,001).
Identificou-se uma maior percepção de risco dentre os indivíduos pardos (β=-0,239; IC 95%: -0,546 – -0,058; p<0,01) em comparação com os brancos; não ter conhecimento sobre vacinação (β=-0,171; IC 95%: -0,335 – -0,008; p<0,01) e não ter ouvido falar sobre doenças específicas como meningocócica (β=-0,355; IC 95%: -0,566 – -0,143; p<0,001).

Discussão e Conclusões

Este estudo reforça a importância de estratégias e parcerias entre o ensino e serviço para reduzir a hesitação vacinal entre os adolescentes para o aumento da CV.

Palavras Chave

Adolescentes; Hesitação Vacinal; epidemiologia; cobertura vacinal; vacinação

Área

Imunizações

Instituições

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

JOSIANNE DIAS GUSMAO, FERNANDA PENIDO MATOZINHOS, THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA, SHEILA APARECIDA FERREIRA LACHTIM, MAÍZA DINIZ SOUZA, MARCELA LENCINE FERRAZ, EDUARDO CAMPOS PROSDOCIMI , MARIA EDUARDA VIANA OLIVEIRA