Dados do Trabalho


Título

ATRASO VACINAL ENTRE OS TRABALHADORES DE SAUDE EM UM HOSPITAL UNIVERSITARIO

Introdução

O conhecimento e atitudes dos trabalhadores de saúde quanto às vacinas podem influenciar a adesão dos usuários dos serviços de saúde aos imunobiológicos. Aqueles que atuam em hospitais têm risco aumentado de exposição a agentes biológicos infecciosos, tornando-se a vacinação uma medida necessária à sua proteção e da clientela, sendo esperado que assumam atitudes menos hesitantes às vacinas. Objetivou-se identificar os fatores associados ao atraso vacinal entre os trabalhadores de saúde de um Hospital Universitário (HU).

Material e Método

Estudo transversal, com trabalhadores de saúde de um HU da região nordeste do Brasil. Admitiu-se como atraso vacinal a resposta sim à pergunta “Você possui alguma vacina em atraso?". A associação foi analisada pelos testes qui-quadrado (X2) com p-valor < 0,05. A investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer nº 5.385.880.

Resultados

Participaram do estudo 287 profissionais de saúde com média de idade de 42,3 anos, sendo a maioria mulheres (84%), especialistas (36,2%), pardos (50,5%), com renda ≥ 5 salários-mínimos (51,6%) e técnicos de enfermagem (35,2%). A frequência de atraso vacinal foi de 31,8%, sendo verificada associação significativa com o medo de ESAVI (42,3%; p = 0,006), aos itens das dimensões confiança “ter acontecido algo que fizesse desacreditar na eficácia das vacinas” (58,6%; p < 0,001) e conveniência “ter informações insuficientes sobre os riscos e benefícios das vacinas” (28,9%; p < 0,036) e “indisponibilidade do imunobiológico na última vez que compareceu à unidade de saúde para atualização do cartão” (28,6%; p < 0,004).

Discussão e Conclusões

A frequência de atraso vacinal entre os trabalhadores de saúde foi maior que a encontrada em um estudo com a vacina influenza(1) e menor que a verificada para as vacinas dT, Hepatite B e influenza(2). O elevado percentual identificado pode ter ocorrido devido a consideração de atraso a qualquer vacina, sem especificar o imunobiológico. Experiências anteriores de ESAVI, sejam pessoais ou com pessoas próximas, foram relatadas na literatura como influenciadoras do recebimento das vacinas Covid-19(3,4) e influenza(5) entre trabalhadores de saúde. Estratégias de comunicação em saúde que abordem os principais ESAVI, os riscos e benefícios das vacinas e a manutenção da sala de vacina no HU com garantia de acesso aos imunobiológicos são recomendadas para aumentar a confiança e conveniência dos trabalhadores de saúde da instituição nas vacinas.

Palavras Chave

vacinação; Pessoal de Saúde; Hesitação Vacinal; Hospitais Universitários

Área

Imunizações

Instituições

UFPE - Pernambuco - Brasil

Autores

WESLLA KARLA ALBUQUERQUE SILVA DE PAULA, RENATA VERÍSSIMO FIDELIS, JOANA LIDYANNE DE OLIVEIRA BEZERRA, MARIA WANDERLEYA DE LAVOR CORIOLANO-MARINUS