Dados do Trabalho


Título

ANALISE DA COBERTURA VACINAL CONTRA HEPATITE B E BCG AO NASCER NA REGIAO NORDESTE DO BRASIL: UM ESTUDO ECOLOGICO

Introdução

As vacinas BCG (bacilo de Calmette e Guérin) e hepatite B previnem, respectivamente, para as formas graves da tuberculose (miliar e meníngea) e a infecção pelo vírus da hepatite B, sendo recomendada a sua aplicação nos recém-nascidos, nas primeiras 24 horas até o 30º dia de vida. Após a pandemia do COVID-19, os movimentos de antivacinação no Brasil ganharam força e aliaram-se à diminuição do acesso a vacina em decorrência da escassez de recursos designados ao Sistema Único de Saúde e a falta de homogeneidade da cobertura vacinal, sobretudo na região Nordeste do país. Visto que a idade constitui um importante fator influenciador na resposta imune, sobretudo nos recém-nascidos pois, se espera que o primeiro contato seja com o antígeno vacinal, o presente estudo objetivou analisar a cobertura das vacinas BCG e hepatite B entre os recém-nascidos dos estados do nordeste brasileiro no ano de 2023.

Material e Método

Estudo ecológico, com dados provenientes do TABNET, disponíveis no Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS). Foram elencadas as variáveis ‘Cobertura vacinal’; ‘Ano’(2023); ‘Imunobiológico’ (Hepatite B [<30 dias]) e (BCG); ‘Região Residência’ (Nordeste). Os dados foram apresentados por meio de estatística descritiva e analisados com o auxílio do programa Microsoft Excel.

Resultados

A região nordeste, no ano de 2023, teve taxa de cobertura da vacina BCG de 75,74% e da vacina hepatite B de 80,07%. Verificou-se que os estados do Ceará (101,16%), Alagoas (98,12%) e Sergipe (94,99%) alcançaram taxa de cobertura da vacina BCG dentro do limite estabelecido pelo Ministério da Saúde como meta de vacinação no país. No que tange a cobertura da vacina da hepatite B, foi verificado que apenas os três estados apresentaram taxas acima da meta: Ceará (100,92%), Alagoas (97,65%) e Sergipe (95,56%). O estado do Maranhão, no mesmo período, obteve as menores taxas para ambas as vacinas: BCG (66,95%) e hepatite B (64,30%).

Discussão e Conclusões

Os resultados evidenciam a diminuição das taxas de cobertura das vacinas BCG e hepatite B na região nordeste como um todo e alerta para a necessidade de ajustes na implementação das políticas de imunização, sobretudo nos estados que possuem menores indicadores socioeconômicos, maior densidade populacional e cobertura deficitária da Estratégia Saúde da Família. A baixa cobertura em alguns estados expõe a população infantil a um risco aumentado de infecções imunopreviníveis, dificultando a redução da morbimortalidade por estes agravos.

Palavras Chave

Hepatite B; Vacinas contra Hepatite B; Vacina BCG; cobertura vacinal

Área

Imunizações

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE OLINDA - Pernambuco - Brasil

Autores

JOAO PEDRO BRUNO DOS SANTOS, SARAH MARIA LUCENA TELES CRUZ, GISLAINE SIMOES PORTELA BARROS, JOYCE FRUTUOSO MONTEIRO LIPPO TURMINA, LUIZA PITOMBEIRA CAMPELO DE LIRA, MARIA GEOVANNA LEITE RODRIGUES, NELCICLEA VASCONCELOS GOMES DA SILVA, CAROLLINE DE ARAUJO MARIZ