Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DAS NOTIFICAÇOES DE ESAVI GRAVE APOS O PRIMEIRO ANO DA VACINAÇAO CONTRA A COVID-19 NO ESTADO DE SANTA CATARINA.

Introdução

A vacinação contra a COVID-19 iniciou no Brasil na segunda quinzena de janeiro de 2021 e trouxe para a população entre vários fatores, a esperança de minimização dos impactos causados pela doença. A vacinação contra a COVID-19 ocorreu em vigência de elevada incidência da doença, de forma que um número expressivo de indivíduos vacinados possam desencadear elevado número de notificações de ESAVI. A investigação de um ESAVI têm sua importância neste sentido, e objetiva além de outros fatores, determinar se a vacina apresentou ou não causalidade em relação ao evento ocorrido.

Material e Método

Estudo descritivo das notificações dos ESAVI registrados no sistema e-SUS Notifica no estado de Santa Catarina, no período de 18/01/2021 a 31/01/2022. Os dados foram avaliados acerca da classificação segundo gravidade, óbito e causalidade.

Resultados

No período de 18 de janeiro de 2021 a 31 de janeiro de 2022, Santa Catarina aplicou 12.854.520 doses das vacinas contra a COVID-19 disponíveis pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Dentre os ESAVI graves, Santa Catarina notificou 368 (4,2%) casos sendo que, 127 evoluíram com óbito temporalmente associados à vacinação. Quanto a causalidade, 100 óbitos tiveram sua investigação concluída e, dois destes (1,6%) tiveram relação causal com a vacina COVID-19 (causalidade A1). Os demais 98 óbitos (78,7%) não tiveram causalidade com as vacinas onde, 36 (28,4%) tiveram sua classificação indeterminada, destes, 32 (25,2%) tiveram relação temporal consistente, mas sem evidências na literatura para estabelecer uma relação causal (causalidade B1) e 4 (3,2%), os dados foram conflitantes em relação à causalidade (B2). Outros 23 óbitos (18,1%) foram inconsistentes (C), ou seja, a relação causal se associou a condições preexistentes ou emergentes causadas por outros fatores e não pela vacina, assim como por complicações decorrentes da infecção pela COVID-19 e 39 óbitos (30,7%) foram inclassificáveis (D).

Discussão e Conclusões

Nenhuma vacina é considerada totalmente livre de provocar eventos adversos, entretanto os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas, são muito menores do que os das doenças contra as quais elas conferem proteção. Da mesma forma, um ESAVI não deve ser vinculado casualmente a uma vacina sem a informação adequada. Como qualquer outro produto farmacêutico, as vacinas não estão isentas de riscos, podendo causar efeitos indesejáveis (ESAVI), sendo a maioria deles sem gravidade.

Palavras Chave

ESAVI; Vacinas contra COVID-19; vigilância epidemiológica; vacinação

Área

Imunizações

Instituições

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - Santa Catarina - Brasil

Autores

VIRGÍNIA APARECIDA FARIA SOUSA, LILIAM CRISTIANA JÚLIO, ANA PAULA PIETROWSKI BERTUOL, CAROLINE ACQUARO, ARIELI SCHIESSL FIALHO, JOÃO AUGUSTO BRANCHER FUCK