Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA COQUELUCHE NA REGIAO METROPOLITANA DE SAUDE DO ESPIRITO SANTO (2013 - 2023)

Introdução

A Coqueluche é uma doença infecciosa respiratória aguda, provocada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença compromete o aparelho respiratório, apresentando a tosse paroxística como principal sintoma, sendo mais prevalente e crítica em menores de 1 ano. A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções de infectados, tendo a imunização como principal medida de prevenção contra a doença. O esquema vacinal primário é composto pela vacina pentavalente (D1, D2 e D3), aos 2, 4 e 6 meses, e vacina DTP (R1 e R2), aos 15 meses e 4 anos. A pesquisa busca identificar o perfil epidemiológico dos casos de coqueluche na Região Metropolitana de Saúde (RSM) do Espírito Santo entre 2013 e 2023.

Material e Método

Trata-se de uma pesquisa transversal e descritiva. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e no sistema e-SUS Vigilância em Saúde (e-SUS VS), dos anos de 2013 a 2023. As variáveis analisadas foram: ano, gênero, faixa etária e situação vacinal dos casos confirmados.

Resultados

No período, foram registradas 2130 notificações, com 1255 casos confirmados de coqueluche, dos quais 57% (n= 715) correspondem ao sexo feminino e 43% (n= 538) ao sexo masculino. A maior concentração de casos ocorreu na faixa etária dos menores de 1 ano, representando 41,1% (n= 515), seguido pela faixa de 1-4 anos, com 28% (n= 353). O ano de 2013 (n= 851) evidenciou a maior ocorrência de casos, apresentando uma queda considerável no ano seguinte (n= 175). Não tiveram casos confirmados no ano de 2021. Ainda, dentre os casos confirmados, 113 (9%) não eram vacinados, 327 (26%) não tinha informações sobre o estado vacinal (ignorado ou vazio) e apenas 99 (8%) possuíam o esquema vacinal completo (3 doses de penta + 2 doses de tríplice bacteriana).

Discussão e Conclusões

O último surto de Coqueluche na RSM ocorreu em 2013, apresentando incidências expressivas, com posterior diminuição após 2014 graças ao aumento da cobertura vacinal. Esse aumento se deve a fatores como maior sensibilidade da assistência e vigilância, com adoção de medidas de prevenção e controle oportunas para quebra da cadeia de transmissão, melhora do diagnóstico laboratorial e coberturas vacinais heterogêneas. O recente alerta do Ministério da Saúde sobre o aumento de casos da doença em países da Ásia e Europa, reafirma a necessidade da manutenção das elevadas taxas de cobertura e homogeneidade vacinal, com a intensificação das ações extramuros de vacinação contra Coqueluche.

Palavras Chave

Coqueluche; vigilância epidemiológica; Imunização

Área

Infecções Preveníveis por Imunizações

Instituições

Superintendência Regional de Saúde de Vitória - Espírito Santo - Brasil

Autores

PATRICIA MENESES PORTELA, TIAGO DE JESUS BASÍLIO, RENATO ALVES CANIÇALI, KAROLINE CARVALHO SIGLER