Dados do Trabalho

Título

VIGILANCIA DAS PERDAS FISICAS DE VACINAS NO ESTADO DO CEARA NO ANO DE 2023

Introdução

Os imunobiológicos são produtos termolábeis. Para assegurar que mantenham sua potência e imunogenicidade, devem ser mantidos em temperaturas adequadas, desde sua produção até sua utilização, nas salas de vacinas. O controle das perdas físicas é feito através do envio dos formulários de avaliação de imunobiológicos sob suspeita pelos municípios de todo o estado. O estudo objetivou analisar o impacto das perdas físicas de vacinas no estado do Ceará, no ano de 2023.

Material e Método

Foi realizada a análise de 270 formulários de avaliação de imunobiológicos sob suspeita, em 76 municípios do estado do Ceará, que tiveram parecer de descarte, no ano de 2023. Os formulários são preenchidos pelos municípios após a ocorrência e encaminhados para a Coordenadoria de Imunização (COIMU), Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, através das Áreas Descentralizadas de Saúde (ADS). A COIMU emite o parecer de reutilização ou descarte.

Resultados

O estado do Ceará distribuiu, no ano de 2023, um total de 5.721.012 doses de vacinas, com um total de 203.549 (4%) doses perdidas. Destas, 120.688 (59%) ocorreram por falta de energia e 70.679 (35%) por falha nos equipamentos. 6% das perdas ocorreram por outras causas. As vacinas que se destacaram com o maior número de perdas foram a vacina contra Influenza, seguida da dT (difteria e tétano adulto), Pfizer Bivalente (Covid-19), Hepatite B e VOP (Vacina Oral contra Poliomielite). As ocorrências de imunobiológicos sob suspeita aconteceram principalmente na instância local (salas de vacinas) (226-84%), seguida da Central Municipal (37-14%) e Central Regional (7-2%). Os municípios que tiveram o maior número de registros de ocorrências foram: Fortaleza, com 50 formulários (18,5%), seguido de Cascavel - 13 (4,8%), Aiuaba e Caucaia - 10 cada (3,7%), Camocim e Maracanaú - 9 cada (3,3%). O custo dessas perdas em reais foi de R$ 6.013.616,94, com destaque para a ADS Fortaleza, com o custo de R$ 2.066.773,94.

Discussão e Conclusões

O estado do Ceará apresentou um quantitativo de perdas (4%) dentro do esperado pelo Ministério da Saúde, levando-se em consideração que esse quantitativo pode ser de até 10%. O estudo demonstra a importância de um controle mais rigoroso da cadeia de frio, pois qualquer falha na conservação dos imunobiológicos pode ocasionar perdas, onerando os cofres públicos, e podendo dificultar o acesso da população à vacinação por falta de vacinas, podendo impactar no aumento de doenças.

Palavras Chave

Vigilância em Saúde; perdas físicas; Imunobiológicos