Dados do Trabalho


Título

CINETICA DA RESPOSTA HUMORAL DAS VACINAS COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAUDE AO LONGO DE 2 ANOS

Introdução

A pandemia de COVID-19 foi uma das maiores emergências sanitárias da história. Com a necessidade urgente de vacinas, foi concedida autorização temporária para o uso emergencial da CoronaVac® (VAC) e ChAdOx1 (AZV). Este estudo avaliou a cinética de anticorpos neutralizantes contra SARS-CoV-2 em indivíduos vacinados desde 2021 até dois anos após a primeira dose.

Material e Método

Este é um estudo observacional de coorte dinâmica com 118 profissionais de saúde do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes/Ebserh), vacinados com VAC ou AZV no esquema primário. Foram feitas coletas de sangue antes da primeira dose (1D), 28 dias após a 1D (D28), 28 dias após a segunda dose (D28*), e 6, 12, 18 e 24 meses após a 1D (D6m, D12m, D18m e D24m). Os participantes receberam reforços entre D6m-D12m e D12m-D18m. A detecção de IgG contra a porção RBD da fração S1 da proteína Spike foi feita por imunoensaio por quimioluminescência (CMIA). A análise estatística foi realizada com o programa SPSS versão 29. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do Hucam-Ufes/Ebserh (número 4.996.675/2021) e o projeto "Efetividade e segurança das vacinas anti-Covid-19" (número 4.513.439/2021).

Resultados

O esquema primário incluiu 56 vacinados por VAC e 62 por AZV. Dos 118 participantes, 111 receberam a terceira dose (3D) e 84 a quarta dose (4D). O ponto de corte de 7,1 BAU/mL definiu a soropositividade. Antes da vacinação, 33% dos participantes tinham níveis basais acima desse corte, enquanto 65,2% não atingiam a soropositividade. A titulação média de anticorpos nos tempos D0, D28, D28*, D6m, D12m, D18m e D24m foi, respectivamente, 29,773 (± 101,249), 424,968 (± 885,456), 481,054 (± 671,367), 263,819 (± 402,528), 2324,485 (± 3.695,624), 1.807,634 (± 1.542,835) e 1.827,459 (± 1.603,76). A variação mostrou uma tendência crescente, com aumentos significativos após cada dose de reforço, especialmente o primeiro reforço.
Para avaliar a significância das mudanças nos níveis de anticorpos ao longo do tempo, foi aplicado o teste "t" para amostras pareadas entre pares de visitas subsequentes. As comparações D0-D28, D28*-D6m, D6m-D12m tiveram valor p menor que 0,001, enquanto D12m-D18m e D18-24m tiveram valores p de 0,304 e 0,605.

Discussão e Conclusões

O esquema de duas doses e um reforço (3D) foi essencial para uma resposta robusta e sustentada. Os anticorpos permaneceram elevados por 18 meses após a 3D, sugerindo que a 4D oferece benefícios marginais para profissionais da saude.

Palavras Chave

Vacinas contra COVID-19; Pessoal de Saúde

Área

Imunizações

Instituições

Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

MARIA CLARA DE CASTRO E CAETANO, MARIA DA PENHA GOMES GOUVEA, TAIS SEGATO GARCIA, PRYSCILLA FORMIGA FIGUEIREDO TENORIO, YASMIN GURTLER PINHEIRO DE OLIVEIRA, MARIELI THOMAZINI PISKE GARCIA, DAYDE LANE MENDONÇA DA SILVA, VALÉRIA VALIM