Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DA IMUNOGENICIDADE DA SEGUNDA DOSE DE REFORÇO (QUARTA DOSE) DA VACINA CONTRA COVID-19 EM IDOSOS E IMUNOSSUPRIMIDOS: ESTUDO REFORÇA MAIS (PLUS BOOSTER) E SAFER
Introdução
Um dos grandes desafios da imunização contra a Covid-19 é a menor efetividade das vacinas em idosos e imunossuprimidos. O objetivo foi avaliar a imunogenicidade da segunda dose de reforço nesses grupos.
Material e Método
A análise foi uma pos hoc de dois estudos de coorte, comparando idosos (Plus Booster) e imunossuprimidos (Safer) em diferentes momentos e tipos de imunizante. A imunidade celular e humoral foi avaliada pela caracterização imunofenotípica e funcional das células e quantificação dos níveis de IgG contra proteínas Spike do SARS-CoV-2. Amostras de sangue foram coletadas no dia da segunda dose de reforço e em visitas de seguimento aos 28, 90, 150 e 180 dias. Os dados foram apresentados como média geométrica para IgG e mediana com intervalo interquartil para outras variáveis. Comparações entre múltiplos grupos usaram o teste de Kruskal-Wallis, com teste de Dunn e correção de Bonferroni para pares de grupos, e o teste de Mann-Whitney para comparações entre dois grupos. O teste de Fisher foi usado para variáveis categóricas. O estudo aprovado no comitê de ética sob CAAE: 56303822.9.0000.5071
Resultados
Participaram 257 idosos e 253 imunossuprimidos, sendo 56% e 79% do sexo feminino, respectivamente. Entre os idosos, 30% receberam a vacina Pfizer, 35% Janssen, e 35% AstraZeneca. Entre os imunossuprimidos, 45% receberam Pfizer, 0% Janssen, e 53% AstraZeneca. Nos idosos, houve um aumento significativo nos níveis de anticorpos entre os dias 0 e 28 (p < 0,001) e uma diminuição significativa entre os dias 28 e 90 (p = 0,019). Não houve diferenças significativas entre os dias 150 e 180, e entre 150 e 90. Nos imunossuprimidos, os níveis de anticorpos diminuíram significativamente entre os dias 28 e 180 (p < 0,001), sem diferenças significativas entre os dias 0 e 28, nem entre 0 e 180 (p = 0,07). Após 180 dias, os títulos permaneceram altos nos idosos e mais elevados do que nos imunossuprimidos, que mostraram queda significativa (1.012,03 vs. 1.682,79; p < 0,001). Houve diferença significativa nos níveis de anticorpos entre os imunizantes no dia 28 (p < 0,001), com a Pfizer apresentando aumento maior comparado à AstraZeneca (p < 0,001) e Janssen (p = 0,001). Nos demais períodos, as diferenças não foram significativas.
Discussão e Conclusões
Idosos tiveram aumento nos anticorpos que permaneceram elevados, enquanto imunossuprimidos mostraram diminuição após 180 dias, sugerindo reforços adicionais. Acompanhamento mais longo pode definir intervalo ideal entre doses.
Palavras Chave
Vacinas contra COVID-19; Imunogenicidade da Vacina; idoso
Área
Imunizações
Instituições
Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil
Autores
MARIELI THOMAZINI PISKE GARCIA, CLARA LYRA, OLINDO ASSIS MARTINS , LAURO PINTO NETO, ETHEL LEONOR NOIA MACIEL, ALEXANDRE NAIME BARBOSA, GECILMARA SALVIATO PILEGGI, VALÉRIA VALIM