Dados do Trabalho
Título
CLASSIFICAÇAO DE RISCO PARA TRANSMISSAO DE DOENÇAS PREVENIVEIS POR VACINA EM MINAS GERAIS, BRASIL, ENTRE 2018 E 2022
Introdução
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) se destaca como uma das mais relevantes intervenções de saúde pública. Entretanto, apesar do sucesso do PNI no Brasil e da expansão da Atenção Primária à Saúde (APS), observa-se uma queda progressiva na cobertura vacinal de diversas vacinas nos últimos anos, aumentando o risco de transmissão de doenças evitáveis por ação de vacinação. Diante disso, torna-se necessário o desenvolvimento de estratégias amplas, como a identificação de áreas de alto risco para a transmissão dessas doenças. Esse estudo teve por objetivo analisar a classificação de risco para transmissão de doenças preveníveis por ação de vacinação nos 853 municípios do estado de Minas Gerais, Brasil, no período de 2018 a 2022.
Material e Método
Estudo epidemiológico, temporal utilizando dados secundários referente à cobertura vacinal, taxas de abandono e homogeneidade dos imunobiológicos recomendados para menores de 2 anos entre 2018 e 2022 no estado de Minas Gerais, Brasil. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) e não permitem identificação individual, não sendo necessária aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa. Utilizou-se o programa estatístico Stata versão 16.0 pra a análise dos dados com a realização do teste McNemar.
Resultados
Observou-se uma redução no percentual de municípios com “cobertura vacinal adequada” entre 2018 e 2021, seguido de aumento em 2022. Entre 2018 e 2022, verificou-se um aumento significativo nas taxas de abandono de vacinas multidose entre os municípios classificados como “baixo índice de abandono”, assim como redução na classificação de “homogeneidade adequada de cobertura vacinal”. Quanto à classificação de risco para a transmissão de doenças evitáveis por ação de vacinação, o estado apresentou, em 2018, 49,36% de municípios classificados como de risco alto e muito alto, já em 2022, esse percentual foi de 69,44%.
Discussão e Conclusões
Nota-se uma redução da cobertura vacinal entre 2018 e 2021, com queda significativa após o período pandêmico de 2020 devido a aspectos, como hesitação em frequentar os serviços de saúde e a divulgação de notícias falsas. A classificação de risco se mostrou uma metodologia que pode ser utilizada para priorizar locais de intervenção em saúde, possibilitando a análise do cenário da vacinação no estado após a implementação de um projeto de pesquisa-ação participativa realizado em parceria entre a universidade e os serviços.
Palavras Chave
Programas de Imunização; Medição de risco; epidemiologia; cobertura vacinal
Área
Infecções Preveníveis por Imunizações
Instituições
Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Autores
FERNANDA PENIDO MATOZINHOS, THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA , LARAMY LORRANY DE ARAÚJO BAETA, JANAINA FONSECA ALMEIDA SOUZA, BEATRIZ NOGUEIRA BETELLI ZANON, JOSIANNE DIAS GUSMÃO, ANA CATARINA DE MELO ARAÚJO, EDER GATTI FERNANDES