Dados do Trabalho


Título

REDE DE FRIO: O PILAR INVISIVEL DA IMUNIZAÇAO EFICIENTE

Introdução

A rede de frio de imunobiológicos é um componente essencial para o Programa Nacional de Imunizações (PNI), responsável por normatizar, planejar, avaliar e financiar a cadeia de frio, abrangendo níveis nacional, estadual e municipal para abastecer mais de 38 mil salas de vacinação no Brasil. A infraestrutura necessária inclui câmaras refrigeradas, freezers científicos, caixas térmicas qualificadas, bobinas reutilizáveis, sistemas de monitoramento de temperatura e estabilidade energética, capazes de manter imunobiológicos entre -90ºC e 8ºC. A pandemia de Covid-19 destacou deficiências globais nas redes de frio, evidenciando a dificuldade em adaptar-se às novas necessidades em proporcionar uma resposta rápida e eficaz. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Saúde tem trabalhado para reestruturar as redes em todo território nacional, elencando, inicialmente, as unidades de saúde indígena como prioridade.

Material e Método

Levantamento através de formulário de adesão espontânea, realizado em 2023 junto aos estados e municípios sobre os equipamentos que compõe as redes de frio pelas instâncias estaduais, regionais, municipais, salas de vacinação e centros de referência de imunobiológicos especiais (CRIE).

Resultados

O Ministério da Saúde recebeu 18.977 formulários pelas referidas instâncias. Os serviços de saúde dos estados Bahia, Ceará, Minas Gerais e São Paulo foram os que mais aderiram ao levantamento.

Discussão e Conclusões

O levantamento revelou que 56,8% dos equipamentos de armazenamento de vacinas em temperaturas de 2 a 8ºC estão nas centrais municipais, enquanto apenas 1% dos equipamentos para temperaturas de -25 a -15ºC estão nas centrais estaduais. Além disso, 92% das entidades usam caixas térmicas para conservar vacinas a 2 a 8ºC, e freezers de ultrabaixa temperatura (-90 a -70ºC) representam 0,5%, localizados principalmente em centrais estaduais e algumas salas de vacina em São Paulo, Minas Gerais e Ceará. O levantamento também identificou mais de dezesseis mil geladeiras domésticas usadas para armazenar imunobiológicos nas redes municipais e salas de vacinação, comprometendo a integridade das vacinas.
A maioria dos equipamentos de armazenamento de vacinas está em centrais municipais e mantêm temperaturas de 2 a 8ºC, enquanto os equipamentos para temperaturas mais baixas são escassos e concentrados em centrais estaduais. A presença significativa de geladeiras domésticas nas redes municipais compromete a segurança das vacinas devido à variação de temperatura e falta de monitoramento adequado.

Palavras Chave

rede de frio; Cadeia de Frio; equipamentos;

Área

Imunizações

Instituições

Ministério da Saúde - Distrito Federal - Brasil

Autores

SHEILA NARA BORGES DA SILVA