Dados do Trabalho

Título

CRENÇAS, SENTIMENTOS E ATITUDES PARENTAIS FRENTE A VACINAÇAO INFANTIL E SUAS IMPLICAÇOES

Introdução

O Programa Nacional de Imunização (PNI) é um dos mais completos e reconhecidos programas de imunizações do mundo, contudo, nos últimos anos, vem apresentando quedas significativas nas coberturas vacinais. As razões que motivam este fenômeno são complexas e multifacetadas, abrangendo aspectos culturais, sociais e econômicos, variando a depender do tempo, espaço e tipo de vacina. Neste contexto, compreender as crenças, percepções, sentimentos e comportamentos parentais a nível local é necessário para que os profissionais de saúde possam desenvolver estratégias, junto às famílias, para mitigar os entraves que levam à hesitação vacinal.

Material e Método

Estudo qualitativo, com adoção da perspectiva teórica do Modelo Calgary de Avaliação e Intervenção Familiar e perspectiva metodológica da Análise de Conteúdo Temática. A coleta de dados ocorreu por meio da observação participativa do pesquisador de atendimentos de vacinação e de entrevistas semi-estruturadas, em profundidade, áudio-gravadas. Os participantes do estudo foram pais de crianças menores de 5 anos de idade subdivididos em dois grupos: “vacinadores”, sendo captados no estabelecimento de saúde selecionado; e “faltosos”, selecionados a partir da triagem qualificada das listas de crianças que estavam em atraso vacinal (no mínimo, 30 dias), a partir dos sistemas de informação do PNI (E-SUS AB e SIPNI-WEB).

Resultados

Participaram deste estudo, 20 pais, subdivididos em “vacinadores” e “faltosos”, totalizando 14 entrevistas. Dentre elas, 6 foram realizadas com casais entrevistados na mesma ocasião. Foram identificadas três categorias temáticas: Crenças e percepções parentais relacionadas a vacinação infantil; Comportamentos parentais; e Sentimentos parentais relacionados à vacinação infantil e ao atraso vacinal.

Discussão e Conclusões

Outras pesquisas corroboram com os achados deste estudo, elencando o conteúdo das categorias como determinantes na tomada de decisão dos pais. Ressalta-se a importância do papel do profissional de saúde como agente transformador de comportamentos, a partir de encontros terapêuticos com as famílias, propondo novas crenças e educação em saúde em direção à mudança de hábitos que trazem risco à saúde. A pesquisa demonstrou que o processo decisório dos pais frente à vacinação infantil é intricado e se baseia na tríade pensar-sentir-agir, havendo similaridades e diferenças entre pais “vacinadores” e “faltosos”. Os responsáveis acreditam na política pública, porém, muitos a praticam de forma não oportuna, resultando em atrasos vacinais.

Palavras Chave

vacinação; Programas de Imunização; Hesitação Vacinal; Pais; Pré-Escolar