Dados do Trabalho


Título

COBERTURA VACINAL E PREVALENCIA DE TUBERCULOSE EM CRIANÇAS MENORES DE UM ANO NA REGIAO NORDESTE ANTES E DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: UM ESTUDO ECOLOGICO

Introdução

A semelhança com a clínica da Covid-19 e a diminuição de serviços de saúde para outras doenças durante a pandemia, ocasionou dificuldades no diagnóstico e a redução da disponibilidade de imunizantes para a tuberculose (TB). O estudo tem como objetivo analisar a quantidade de doses da BCG aplicadas e a prevalência de casos de TB em crianças <1 ano no Nordeste durante e após a pandemia da Covid-19.

Material e Método

Trata-se de um estudo ecológico de série temporal com coleta de dados no SIH/SUS do DATASUS, dispensando aprovação do Comitê de Ética. As variáveis foram as doses de BCG aplicadas e a quantidade de casos de TB em crianças <1 ano no Nordeste. O período foi de 2019-2022, ano que antecedeu o fim da emergência de saúde pública pela OMS, resultando em 4 anos. Para comparação, o período pré-pandemia foi de 2015-2018, resultando também em 4 anos.

Resultados

Durante a pré-pandemia foram aplicadas 46.028.719 doses de BCG em <1 ano, enquanto na pandemia foram registradas 37.995.945 doses. 2015 foi o ano com maior quantidade de doses, enquanto 2021, o de menor quantidade. A Bahia (BA) foi o estado com mais doses aplicadas no período pré-pandemia, representando 23,1% delas, seguido de Pernambuco (PE) com 17,7%, enquanto Sergipe (SE) teve a menor quantidade, com 3,9% das doses. No período de pandemia, a BA teve a maior quantidade de doses com 23,6%, seguido de PE com 16,6% e SE a menor quantidade, com 4% das doses. Tratando-se dos casos de TB, houve 554 durante a pré-pandemia, comparado com 601 durante a pandemia. 2015 teve a menor quantidade de casos e 2022 a maior. PE abarcou o maior número de casos durante a pré-pandemia, com 29,9%, seguida da BA com 22,7%. SE teve a menor quantidade durante a pré-pandemia, no total de 0,5%. Já em relação a pandemia, PE teve 29,1% dos casos, seguido da BA com 18,9%, enquanto SE teve a menor marca, com 1,8%.

Discussão e Conclusões

Observou-se um decréscimo de 17,4% de imunizantes durante a pandemia em relação à pré-pandemia. Contudo, houve aumento de 7,8% de casos de TB. Os anos com maior quantidade de casos e de menor de doses foram anos de pandemia, enquanto o de menor quantidade de casos e maior de imunizantes foi um ano pré-pandemia.Tais dados estão em conformidade com a pesquisa realizada por Defeo et al. (2023), em que dentre crianças atendidas em um ambulatório universitário em Minas Gerais, as nascidas entre 2018-2020 apresentaram maior atraso vacinal. O presente estudo apresenta limitações, como a subnotificação e a impossibilidade de associação de causa e efeito.

Palavras Chave

cobertura vacinal; Saúde da Criança; Tuberculose; Vacina BCG

Área

Infecções Preveníveis por Imunizações

Instituições

AFYA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE JABOATÃO DOS GUARARAPES - Pernambuco - Brasil

Autores

CLEO SOUSA MARTINS, JADE SOUZA MARTINS, PEDRO HENRIQUE DE ARAUJO