Dados do Trabalho


Título

SURTOS DE SARAMPO: O COMPORTAMENTO EPIDEMIOLOGICO NO TERRITORIO, A VULNERABILIDADE E OS DESAFIOS PARA ELIMINAÇAO DA CIRCULAÇAO VIRAL DIANTE DO CENARIO DE BAIXAS COBERTURAS VACINAIS.

Introdução

O recrudescimento do sarampo no Brasil em 2018, em muito esteve associado a queda das coberturas vacinais, principalmente a partir de 2016. Na Bahia, ocorreram surtos de sarampo associados a caso importado em 2018 e novas cadeias epidemiológicas em 2019 e 2020, sendo interrompida a circulação endêmica no estado, em 2020. As baixas coberturas da vacina tríplice viral e as fragilidades no desempenho das ações de vigilância epidemiológica, não favorecem o processo de eliminação da doença. O estudo tem por objetivos analisar as lacunas de imunização no território baiano nos 10 últimos anos que antecederam ao surto de sarampo, descrever o comportamento epidemiológico da doença no período epidêmico e o perfil sócio-demográfico dos casos confirmados de sarampo entre 2018 e 2020.

Material e Método

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, baseado em dados secundários de casos confirmados de sarampo registrados no Boletim de Notificação Semanal e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan-NET, baseado em dados de cobertura vacinal extraídos do Sistema de Informação de imunização e dados dados demográficos obtidos no Instituto de Geografia e Estatística–Ibge, sendo calculadas e analisadas as coberturas vacinais de 2008 a 2023 da vacina tríplice viral, o coeficiente de incidência e distribuição espacial dos casos notificados e confirmados de sarampo por município nos anos 2018, 2019 e 2020, bem como as frequências absolutas e relativas dos casos segundo sexo, faixa etária, raça/cor e status vacinal.

Resultados

Na Bahia, no período que antecedeu a reintrodução do vírus do sarampo (2018) a cobertura vacinal variou de 79,1% em 2017 a 114,8% em 2014. Do total de casos confirmados entre 2008 e 2020 (90), a maior ocorrência se deu entre jovens de 20 a 29 anos (24,4%), seguido da faixa etária de 15 a 19 anos (23,33%), sendo mais frequente no sexo masculino (52,2%). O status vacinal “não vacinado” ou “com variação ignorada” foi maior entre os homens (66,7%) e na faixa etária de 20 a 29 anos (31,7%), seguido da faixa de 15 a 19 anos (18,3%).

Discussão e Conclusões

A heterogeneidade das coberturas vacinais ao longo dos anos favorece o acúmulo de suscetíveis, sendo capaz de sustentar surtos de diferentes magnitudes no território.A maior ocorrência de sarampo entre jovens sinaliza a necessidade de adoção de estratégias de busca ativa e comunicação social com ênfase na importância da vacina para esse público. Lacunas de imunização na infância também respondem pela suscetibilidade entre os adultos jovens.

Palavras Chave

Sarampo; surtos; cobertura vacinal.

Área

Infecções Preveníveis por Imunizações

Instituições

Secretaria de Saúde do estado da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

ADRIANA DOURADO DE CARVALHO , CARINE DOS REIS GONDIM, VÂNIA REBOUÇAS BARBOSA VANDEN BROUCKE