Dados do Trabalho


Título

ANALISE DE CASOS DE ACIDENTE POR ANIMAL POTENCIALMENTE TRANSMISSOR DA RAIVA EM RESIDENTES DA AREA PROGRAMATICA 5.1 DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO NO PERIODO DE 2017 A 2021

Introdução

A raiva é uma zoonose causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae, sendo transmitida ao ser humano pela inoculação do vírus presente na saliva e nas secreções do animal infectado. No município do Rio de Janeiro não há registro de Raiva Animal, em animais domésticos (cão e gato) desde 1995, porém o ciclo silvestre aéreo (por morcegos) continua ativo. Em relação aos casos de Raiva Humana, não há registros na cidade desde 1986. Apesar do município do Rio de Janeiro não apresentar casos de raiva há mais de 27 anos, a análise de casos de acidente por animal com potencial de transmissão da raiva humana (AAR) justifica- se pela extrema gravidade da doença que apresenta 99,9% de letalidade nos casos conhecidos no Brasil e no mundo (BRASIL, 2021).

Material e Método

Trata-se de um estudo descritivo quantitativo dos retrospectivo dos registros referentes aos atendimentos antirrábicos humanos a acidentes com animais potencialmente transmissores do vírus rábico, inseridos no SINAN do município do Rio de Janeiro da área programática 5.1 do município do Rio de Janeiro no período de 2017 a 2021.

Resultados

Os resultados revelaram que no período do estudo foram notificados 13.069 casos de AAR na AP 5.1 do Município do RJ, os quais 73,5% são referentes a cães. 1.716 casos ocorreram na faixa etária de 20 a 29 anos, sendo a raça/cor branca a mais notificada, com 5.272 casos, seguida da parda com 4.831 casos e com um número expressivo de notificação sem informação de raça/cor equivalente a 11%. O sexo feminino representa 53% casos. A frequência absoluta de usuários que completaram o ensino médio foi de 2.149 notificações. A forma mais frequente de exposição ao vírus foi a mordedura, presente em 85,85% (11.220) dos registros. O local de maior prevalência dos ferimentos foram mãos/pés, com registro em 42,77% (5.589) das notificações, seguidos pelos membros inferiores 30,89% dos casos. Nos atendimentos com condição do animal avaliada, 76,36% (10.015) encontravam-se sadios. No que diz respeito à indicação de conduta terapêutica, 71,13% (9.296) dos atendimentos tinham indicação de “observação + vacina”. Cabe destacar dos casos analisados, nenhum evoluiu para raiva humana.

Discussão e Conclusões

O estudo sugere que apesar da raiva estar sob controle e não haver casos no município do RJ, a latente preocupação para o sistema de saúde de um agravo de alta letalidade intensifica-se pela % de incompletude de dados que conferem especificidade ao planejamento de ações de prevenção de AAR.

Palavras Chave

Raiva Humana, Sistemas de informação, Acidente antirrábico, Vírus.

Área

Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica

Instituições

Secretaria Municipal de Saúde - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

FELIPE RAPOSO MIRANDA, HELIO HENRIQUE ALVES DA SILVA, GISELE OLIVEIRA NASCIMENTO