Dados do Trabalho


Título

TENDENCIA TEMPORAL DE COBERTURAS VACINAIS EM CRIANÇAS NO PRIMEIRO ANO DE VIDA, NO ESTADO DE SANTA CATARINA, NO PERIODO DE 2013 A 2022

Introdução

A vacinação é a estratégia de saúde pública mais importante para prevenção de doenças. Nos últimos anos, tem sido registrado um preocupante declínio nas taxas de cobertura vacinal no Brasil. Considerando a diversidade regional do país, este estudo teve por objetivo analisar a tendência temporal da cobertura vacinal em crianças no primeiro ano de vida, no estado de Santa Catarina, num período de 10 anos , 2013 a 2022.

Material e Método

Os dados foram obtidos do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram selecionadas as vacinas recomendadas no calendário nacional de vacinação para crianças com idade ≤1 ano, exceto a vacina Febre Amarela que passou a fazer parte do calendário a partir de 2017. Foi verificado o alcance das metas de cobertura vacinal definidas pelo Programa Nacional de Imunizações para cada vacina (≥90% para as vacinas BCG e rotavírus e ≥95% para as demais vacinas). A análise estatística foi realizada por regressão linear simples, com nível de significância de p<0,05. Por tratar-se de dados secundários, de domínio público, não foi necessária a avaliação do comitê de ética em pesquisa.

Resultados

Até 2015 as metas de cobertura vacinal foram alcançadas em Santa Catarina. De 2016 a 2022, não houve cumprimento das metas preconizadas. Os piores índices foram observados em 2021, durante a pandemia da COVID-19. Em 2022 houve um incremento na cobertura vacinal em relação ao ano anterior, embora as metas ainda não tenham sido atingidas. A análise estatística mostrou tendência decrescente da cobertura vacinal para todas as vacinas no período estudado (p<0,05), inclusive para as vacinas BCG e hepatite B administradas ao nascer.

Discussão e Conclusões

Os resultados de cobertura vacinal em Santa Catarina, com queda a partir de 2016, mais acentuada no período pandêmico,concordam com outros estudos sobre o tema realizados no Brasil. É necessário analisar as causas do decréscimo da cobertura vacinal no Estado e implementar estratégias para combatê-las. Diversas são as causas em geral apontadas para este fato, entre estas, a insegurança em relação às vacinas COVID-19 com reflexos negativos na vacinação pediátrica de rotina. São necessárias medidas urgentes direcionadas ao restabeleciomento da confiança em vacinas. Se os baixos índices de cobertura vacinal forem mantidos, há risco significativo de ressurgimento de doenças controladas através da vacinação.

Palavras Chave

Vacinação infantil. Tendência. Cobertura vacinal.

Área

Imunizações

Instituições

UNISUL (UNIVERSIDADE DO SUL DE SC) - Santa Catarina - Brasil

Autores

ANNA CLAUDIA BIRCH, LUCAS DAMSCHI ARNT, FABIANA OENNING DA GAMA , FRANCIELE CASCAES DA SILVA, SÔNIA MARIA DE FARIA