Dados do Trabalho
Título
INVESTIGAÇAO DE EVENTOS ADVERSOS POS-VACINAÇAO CONTRA O PAPILOMAVIRUS HUMANO OCORRIDOS NA FAIXA ETARIA DA ADOLESCENCIA NO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL
Introdução
A notificação dos eventos adversos pós-vacinação, seguida de suas etapas de investigação e comunicação, são imprescindíveis à farmacovigilância. Esses eventos associados à vacina Papilomavírus humano, veiculados na mídia, podem ter comprometido a aceitabilidade e a adesão dos adolescentes à vacina, tendo em vista que as taxas de cobertura para as duas doses estão muito aquém dos 80% recomendados desde a sua implantação em 2014.
Material e Método
Foi investigada a notificação dos eventos adversos pós-vacinação Papilomavírus humano no estado de Minas Gerais, de acordo com a localidade de notificação, a causalidade, a gravidade e a evolução dos casos. O estudo epidemiológico descritivo englobou os dados de eventos adversos notificados no Sistema de Informação de Vigilância de Eventos Adversos de 2015 a 2019. Os resultados da análise descritiva, usando o pacote Statistical Software for Professional versão 16.0, foram apresentados em proporções com intervalos de confiança de 95%, segundo as macrorregiões de saúde de Minas Gerais e os anos do estudo. De acordo com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, o estudo não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa por usar dados de livre acesso.
Resultados
A maior prevalência de notificação de evento adverso pós-vacinação Papilomavírus humano ocorreu em 2015 (26,41 %). Na análise das macrorregiões de saúde, o Vale do Jequitinhonha apresentou a menor prevalência de registros (0,43%) e a Centro, a maior prevalência (30,95%). A macrorregião Triângulo do Norte apresentou a maior taxa de incidência desses eventos adversos, enquanto o Jequitinhonha apresentou a menor taxa (25,18 e 1,80 casos por 100.000 doses aplicadas em adolescentes, respectivamente) no período analisado. Os eventos adversos locais mais prevalentes foram a dor (56,48%) e o edema (38,89%), quanto os eventos sistêmicos foram a cefaleia (29,69%) e a gastroenterite (29,69%). Os eventos classificados como adversos não graves (59,82%) foram os mais prevalentes e, quanto à causa, 35,94% deles foram atribuídos aos erros de imunização.
Discussão e Conclusões
A taxa de incidência dos eventos pós-vacinação associados à HPV no estado de Minas Gerais encontrada neste estudo foi baixa e inferior à TI média encontrada em países desenvolvidos. Este estudo reforça que os eventos adversos pós-vacina de HPV foram, em sua maioria, eventos não graves, demonstrando, assim a segurança dessa vacina para o público adolescente e contribuindo para o aumento das taxas de cobertura vacinal.
Palavras Chave
Vacinação
Reações adversas relacionadas a medicamentos
Sistemas de informação
Adolescentes
Área
Imunizações
Instituições
Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Autores
ADRIANA COELHO SOARES, BIANCA MARIA OLIVEIRA LUVISARO, THALES PHILIPE RODRIGUES ROCHA, SHEILA APARECIDA FERREIRA LACHTIM, MARIA NAZARE MARQUES MOREIRA, ELIAS MELO DE OLIVEIRA, TÉRCIA MOREIRA RIBEIRO DA SILVA, FERNANDA PENIDO MATOZINHOS