Dados do Trabalho
Título
COMPORTAMENTO ESPACIAL DAS NOTIFICAÇOES DE ESAVI DAS VACINAS CONTRA COVID-19, EM MINAS GERAIS
Introdução
Com a introdução das vacinas contra Covid-19 nos Programas de Imunização, a notificação de eventos supostamente atribuíveis a vacinação ou imunização (ESAVI) tornou-se imprescindível para a investigação do caso e consequente, a avaliação de risco. Analisar o comportamento espacial das notificações de ESAVI em Minas Gerais (MG), permitiu estimar a incidência de ESAVI e identificar territórios com maior ou menor propensão de notificar os casos suspeitos relacionados às vacinas contra Covid-19.
Material e Método
Estudo ecológico dos casos de ESAVI notificados no e-SUS Notifica, em 2021, ano da Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19. Optou-se pela análise do índice de Moran Global para identificar a existência de autocorrelação espacial da distribuição de notificações de ESAVI e o Getis-Ord G* para identificar os aglomerados com baixa e alta taxas de incidências de ESAVI. Esta pesquisa foi aprovada pelo CEP sob o Parecer nº 4.523.507.
Resultados
Os eventos notificados em MG representaram apenas 0,09% do total de doses administradas. A taxa de incidência de ESAVI foi estimada em 90,2 por 100 mil doses de vacinas aplicadas. Há heterogeneidade no comportamento espacial das incidências de ESAVI entre as regiões mineiras e essa condição pode estar associada a fatores geográficos, políticos, socioeconômicos e de gestão de serviços. Identificou-se extensos aglomerados de baixa incidência de ESAVI na macrorregião Norte e outros quatro aglomerados com alta incidência nas macrorregiões Centro, Sul, Leste Sul, Triângulo do Norte. Destaca-se que 142 municípios não realizaram nenhuma notificação. O resultado obtido para o índice Global de Moran foi de 0.077 (p=0,001), o que evidencia uma tendência de aglomeração dos casos suspeitos de ESAVI no Estado, ao qual um município com alto valor de notificação, possui a tendência de ser cercado por municípios com altos valores para notificar o evento. Entre os ESAVI suspeitos notificados, 62,2% foram em decorrência da vacina AstraZeneca, seguida da CoronaVac (24,2%), Pfizer (11,3%) e Janssen (1,4%). A maioria dos eventos analisados foi classificado como eventos adversos não graves (92,7%) sendo dor, febre e mialgia os mais citados, e entre os eventos adversos graves (7,2%), destaca-se a síndrome respiratória aguda.
Discussão e Conclusões
A avaliação dos registros do e-SUS Notifica permitiu identificar regiões silenciosas quanto à vigilância do ESAVI. Intervenções nessas localidades são necessárias para o avanço do Sistema de Vigilância do Programa Nacional de Imunizações.
Palavras Chave
ESAVI, COVID-19
Área
Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica
Instituições
Universidade Federal de São João del Rei - Minas Gerais - Brasil
Autores
THAYS CRISTINA PEREIRA BARBOSA, LUIZ HENRIQUE ARROYO, GABRIELA LOURENÇA MARTINS NASCIMENTO, ROBERTA BARROS SILVA, JOSIANNE DIAS GUSMÃO, TARCISIO LAERTE GONTIJO, VALERIA CONCEIÇÃO OLIVEIRA, ELIETE ALBANO AZEVEDO GUIMARÃES