Dados do Trabalho


Título

ANALISE DA SITUAÇAO VACINAL DE CRIANÇAS MENORES DE CINCOS ANOS DE IDADE EM MINAS GERAIS: ENTRE O REAL E O ADMINISTRATIVO

Introdução

A vacinação é uma das ações públicas de saúde mais compensatórias e efetivas. Seu sucesso está atrelado a facilidade do acesso às vacinas e às altas coberturas. No entanto, para representar a real situação vacinal dos indivíduos e melhorar o trabalho dos gestores e profissionais que atuam em sala de vacinação, é fundamental que as bases de dados sejam devidamente preenchidas por dados fidedignos. Este estudo teve com objetivo analisar a situação vacinal das crianças menores de cinco anos por meio da comparação dos dados de imunização do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) com as informações da caderneta de vacinação infantil física (real).

Material e Método

Estudo epidemiológico de corte transversal, realizado em municípios de Minas Gerais. A amostra foi composta por 372 crianças menores de cinco anos que apresentaram o comprovante vacinal e estavam acompanhadas do responsável legal. Coletou-se os dados por meio do inquérito vacinal de base domiciliar, das fotocópias das cadernetas de vacinação das crianças e dos dados de imunização dessas crianças no SIPNI. Realizou-se análise descritiva dos dados, cálculo da cobertura vacinal real e administrativa e os níveis de concordância entre as cadernetas vacinação real e administrativa por meio do teste estatístico AC1. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da EERP/ USP sob o parecer nº 4.499.830 e CAAE 39857520.1.0000.5393.

Resultados

Há vacinas registradas nas cadernetas físicas das crianças que não estão no SIPNI, bem como vacinas registradas no sistema que não estão na caderneta de vacinação reais. Verificou-se que 48,7% de crianças tinham cadastros duplicados no sistema de informação. A pneumocócica 10 valente é a vacina menos registrada no SIPNI (53,6%), seguida da meningocócica C (34,2%) e pentavalente (31,5%). Mais de 69% das vacinas avaliadas no SIPNI não atingiram a meta de cobertura vacinal do Ministério da Saúde. A cobertura vacinal no sistema é inferior a cobertura vacinal real para todas as vacinas avaliadas. A concordância entre as cadernetas de vacinação reais e administrativas foi considerado ruim.

Discussão e Conclusões

Não há concordância entre as cadernetas de vacinação reais e administrativas. Portanto, o SIPNI não reflete a real situação vacinal das crianças menores de cinco anos de idade, o que implica em baixas coberturas vacinais e, consequentemente aumenta o risco de doenças imunopreveníveis e dificulta a busca ativa de faltosos e o acompanhamento adequado da situação vacinal das pessoas.

Palavras Chave

Programas de Imunização; Cobertura Vacinal; Registros Eletrônicos de Saúde; Sistemas de Informação em Saúde e Enfermagem.

Área

Imunizações

Instituições

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) - São Paulo - Brasil

Autores

BRENER SANTOS SILVA, CARLOS MIGUEL BOLOGNANI DA SILVA, STÊNIO HENRIQUE OLIVEIRA, GABRIELA GONCALVES AMARAL, ELIETE ALBANO DE AZEVEDO GUIMARÃES, TATIELE ESTEFÂNI SCHÖNHOLZER, IONE CARVALHO PINTO, VALÉRIA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA