Dados do Trabalho
Título
DETERMINANTES MICRO E MACROPOLITICOS PARA A NAO VACINAÇAO CONTRA A COVID-19 EM PUERPERAS DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL
Introdução
Em dezembro do ano de 2019, aconteceu em uma província da China, um surto de um vírus, que mais tarde receberia notoriedade mundialmente, denominado novo coronavírus, SARSCoV-2 o qual causa a doença COVID-19. A vacinação da COVID-19 em gestantes com comorbidades foi aprovada no dia 15 de março de 2021, sendo ampliada para grávidas e puérperas no dia 27 de abril do mesmo ano. Este estudo objetiva analisar os determinantes para a não-vacinação contra a COVID-19 em gestantes de Belo Horizonte, Minas Gerais (BH-MG), Brasil.
Material e Método
Trata-se de um estudo epidemiológico, com delineamento transversal, realizado a partir de dados primários do projeto “Parto e aleitamento materno em filhos de mães infectadas por Sars-CoV-2”, desenvolvida durante a pandemia na cidade de BH-MG, Brasil. A variável dependente foi a não vacinação contra a COVID-19 em gestantes. Realizou-se a regressão de Poisson para estimar os parâmetros de interesse: brutos e ajustados dos fatores associados a não vacinação de COVID-19 em gestantes de BH-MG.
Resultados
A amostra deste estudo foi composta por 360 gestantes e, destas, 77,89% receberam a vacina contra a COVID-19. Nas análises ajustadas, observou-se que a condição de não trabalhar durante a gestação aumentou, em média, 2,15 vezes a razão de prevalência da mulher não receber vacina contra a COVID-19 em comparação com as que trabalhavam durante a gestação. Ter dificuldade em acessar serviços de saúde durante o pré-natal (PN) aumentou, em média, 1,93 vezes a razão de prevalência da mulher não receber a vacina contra a COVID-19. Não ter rede de apoio aumentou, em média, 2,47 vezes a razão de prevalência da mulher não receber a vacina contra a COVID-19, quando comparadas a aquelas que tinham algum tipo de rede de apoio no puerpério.
Discussão e Conclusões
Além dos fatores sociodemográficos e histórico obstétrico analisados, outros fatores externos ou sociais, como os inerentes aos serviços de saúde ou rede de apoio, além de trabalhar ou não na gestação, podem influenciar as gestantes a não se vacinarem. Diante desse cenário, é necessário que haja um maior incentivo à educação em saúde, sobretudo no momento da assistência ao pré-natal, a fim de que o profissional de saúde reforce a relevância da vacinação na gestação e pós-parto como fator protetivo, resultando em menores taxas de morbimortalidade e, por consequência, em desfechos perinatais favoráveis. Espera-se que este possa ser mais um estudo que contribua para a adesão das gestantes à vacinação contra a COVID-19.
Palavras Chave
Vacinação; Gravidez; Gestantes; SARS-CoV-2; COVID-19; Epidemiologia.
Área
Imunizações
Instituições
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Autores
MARINA STUART MARQUES, ANA PAULA VIEIRA FARIA, THALES PHILIPE RODRIGUES SILVA, JANAINA FONSECA ALMEIDA, NAGELA CRISTINE PINHEIRO SANTOS, ROBERTA BARROS DA SILVA, ROSÂNGELA APARECIDA DE AZEVEDO, FERNANDA PENIDO MATOZINHOS