Dados do Trabalho


Título

Análise dos dados das fichas de notificação compulsória para Atendimento Antirrábico Humano no ESUS-VS qualificadas como abandono de tratamento no período de 01/01/2021 a 31/12/2022 em Aracruz-ES.

Introdução

A raiva humana é uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus rábico presente na saliva do mamífero infectado. É uma doença de notificação compulsória, letal, em que o vírus tem tropismo pelo SNC. A profilaxia em humanos consiste na administração de soros e/ou vacinas nos pacientes que foram possivelmente expostos ao vírus rábico e que apresentam risco de desenvolver a patologia. Entretanto, o tratamento nem sempre é concluído, devido ao abandono pelo paciente.

Material e Método

Pesquisa realizada no banco de dados do sistema de notificação do estado do Espírito Santo (E-SUS VS). O critério adotado para a qualificação dos dados foi: acidentes notificados para atendimento antirrábico humano no período de 01/01/2021 a 31/12/2022 de pacientes residentes no Município de Aracruz. A qualificação dos dados avaliou a existência ou não de abandono ao tratamento.

Resultados

Foram notificados 735 casos de atendimento antirrábico humano em Aracruz. Desse total, 81 notificações (11%) foram qualificadas como abandono ao tratamento.
Constatou-se maior índice de abandono ao tratamento no sexo feminino, representando um total de 42 casos (51,85%). Também evidenciou que o abandono predominou na faixa etária de 20 a 59 anos (56,8%), totalizando 46 casos. Em relação à raça/cor, notou-se que os pardos foram maioria dentre os pacientes que não concluíram o tratamento (43,2%), 35 casos.
Quanto à espécie do animal agressor, pode-se mensurar que a maioria foi agredida por caninos, 58 casos (71,6%).
O tratamento de escolha predominante foi soro+vacina, equivalendo a 37 casos (45,68%), seguidos de 25 casos (30,86%) que receberiam apenas vacina, 14 casos (17,3%) de observação do animal + vacina, 4 casos (4,94%) de observação e 1 caso (1,22%) de dispensa de tratamento.
Dos 76 casos (93,83%) que tiveram indicação de vacina apenas 27 casos iniciaram o esquema vacinal, não concluindo as doses recomendadas e 49 casos não iniciaram o esquema.
Dos 29 casos (35,8%) que foram qualificados e teve indicação de soroterapia antirrábica humana, apenas 11 casos o receberam.

Discussão e Conclusões

Os casos de raiva humana reduziram significativamente ao longo dos anos, porém o desconhecimento e o abandono ao tratamento podem ocasionar o retorno dessa grave patologia, logo, faz necessária a promoção de educação em saúde e a busca ativa da APS para que possamos melhorar esse cenário.

Palavras Chave

Raiva humana, atendimento antirrábico humano, profilaxia da raiva humana.

Área

Infecções Preveníveis por Imunizações

Instituições

Prefeitura Municipal de Aracruz - Espírito Santo - Brasil

Autores

LYLYANNE GARCIA MUZI LOPES, LORENA COSTA SOPRANI PEREIRA, MILENE BARBOSA GOMES, EMILY ALMEILDA TONOLI PRATES, DAIANNE ENGELHARDT LISBOA, LIVIA RONI PIGNATOM, LORENA MARIA NARDI