Dados do Trabalho
Título
REEMERGENCIA DO SARAMPO NO BRASIL: CARACTERIZAÇAO ESPACIAL E EPIDEMIOLOGICA NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO (MRJ)
Introdução
Após a perda de certificação de país livre de sarampo em 2018, diversos surtos têm sido registrados no Brasil reacendendo a preocupação com a reemergência do vírus em um cenário de constante queda nas coberturas vacinais. O conhecimento do perfil dos casos, assim como das áreas de maior risco da doença em nível local são aspectos prementes para subsidiar estratégias mais efetivas de vigilância para o controle e eliminação da doença.
Objetivo deste trabalho é analisar o perfil dos casos confirmados de sarampo no MRJ no período de 2007-2021 e identificar áreas de maior risco de transmissão.
Material e Método
Estudo ecológico, baseado em casos confirmados de sarampo agregados por bairro de residência do MRJ, notificados entre 2007 e 2021. Foi realizada uma análise bivariada para comparar as diferenças de proporção de vacinação prévia segundo variáveis epidemiológicas e socioeconômicas. Foram obtidas as razões de incidência de hospitalização segundo as variáveis sexo, faixa etária, raça/cor e vacinação prévia (IC95%). Para a identificação de áreas de clusters de casos no período epidêmico foi usado o método de varredura SCAN, no software SaTScan
Resultados
Foram confirmados 774 casos de sarampo no MRJ no período, com pico de ocorrência entre 2019 e 2020. Destes, 116 (16,3%) foram hospitalizados. A maioria era do sexo masculino (57,6%), adultos jovem na faixa de 18 a 49 anos (72,9%), identificados como brancos (63,7%). Observou-se maior proporção de vacinação prévia em brancos, quando comparados a pretos, pardos, amarelos e indígenas,assim como na faixa de 5-11 anos quando comparado aos demais grupos etários (p<0,001). Dentre os maiores de 18 anos, a proporção de vacinação prévia foi maior no estrato de maior escolaridade (13 anos ou mais de estudo) quando comparado às demais categorias (p<0,01). O risco de hospitalização foi maior na faixa de 5-11 anos (RI=2,03; IC95% 1,12-3,69) e menor no grupo de 18-29 anos (RI=0,33; IC95% 0,20-0,54) quando comparadas às crianças menores de um ano de idade. Os conglomerados de maior risco foram formados principalmente em bairros da zona sul e centro, no entanto, foi na zona oeste da cidade que se identificou maior ocorrência de clusters de casos não vacinados
Discussão e Conclusões
Além da vacinação de rotina em crianças, os achados indicam a necessidade de campanhas de imunização em adultos jovens, além de populações vulneráveis residentes em áreas de conflito da zona Oeste, propensas a menor cobertura vacinal
Palavras Chave
Sarampo; Vacinação; Rio de Janeiro;
Área
Imunizações
Instituições
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
LARISSA NUNES MOREIRA REIS, YASMIN TOLEDO DOS SANTOS, HEITOR LEVY F PRAÇA, PAULA BARBOSA DA CONCEIÇÃO, ALEXANDRE SAN PEDRO, GERUSA GIBSON