Dados do Trabalho
Título
VACINAÇAO CONTRA HPV ENTRE ADOLESCENTES RESIDENTES EM COMUNIDADES RURAIS E TRADICIONAIS DO ESTADO DE GOIAS
Introdução
O Papilomavírus Humano (HPV) é o causador de vários tipos de câncer, incluindo câncer cervical e verrugas genitais¹. Devido às suas condições de vida, habitação, saneamento e localização geográfica, populações rurais e comunidades tradicionais são grupos vulneráveis para alta incidência de endemias². Tendo em vista que a vacina contra o HPV previne câncer cervical e outros tipos de cânceres relacionados ao HPV, a ampla cobertura vacinal preconizada se torna fundamental. Assim, este estudo teve como objetivo analisar a situação vacinal contra HPV entre adolescentes residentes das comunidades rurais e tradicionais do estado de Goiás.
Material e Método
Estudo epidemiológico descritivo, analítico, transversal. A amostra formada por adolescentes entre 12 e 18 anos de idade, residentes em comunidades assentadas ou quilombolas do estado de Goiás. A coleta de dados foi realizada entre julho de 2018 a junho de 2019. A situação vacinal da primeira dose da vacina contra HPV e o esquema completo de vacinação contra HPV foram as variáveis de desfecho. Foram calculadas as frequências simples e relativas com Intervalo de Confiança de 95%. Este estudo é um recorte do projeto “Saneamento e Saúde Ambiental em Comunidades Rurais e Tradicionais de Goiás”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFG, CAAE nº 2.886.174/2018.
Resultados
Participaram do estudo 325 adolescentes, sendo 177 (54,5%) residentes em assentamentos e 148 (45,5%) residentes em comunidades quilombolas. Dentre os participantes do estudo, 56,6% apresentaram o registro da primeira dose da vacina contra HPV. E apenas 39,4% apresentaram o esquema vacinal completo. Além disso, tivemos como resultado de atraso vacinal a taxa de 77,7% para a primeira dose e 88,3% para a segunda dose. Ser do sexo feminino é um fator de risco para o esquema vacinal completo.
Discussão e Conclusões
O PNI estabelece como meta de cobertura vacinal contra HPV o mínimo de 80%³. Um estudo realizado em 2018, mostrou que apenas 31,3% receberam duas ou mais doses da vacina contra HPV e 11,0% receberam uma dose, sendo, assim como no nosso estudo, inferior ao que é estipulado pelo PNI4. Fatores relacionados a não adesão da vacina HPV podem justificar o dado de que ser do sexo feminino seja um fator de risco para o esquema vacinal completo. Uma pesquisa realizada entre 2015 e 2016 mostrou que alguns pais/responsáveis pelo adolescente não permitem que seus filhos se vacinem contra o HPV por questões religiosas, culturais, crenças e mitos sobre a vacina5.
Palavras Chave
HPV; COBERTURA-VACINAL; POPULAÇÃO-RURAL; ADOLESCENTES.
Área
Imunizações
Instituições
Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil
Autores
JULIANA OLIVEIRA ROQUE LIMA, MARIANNA AZEVEDO MARTINS, BARBARA SOUZA ROCHA, VALERIA PAGOTTO, KARLLA ANTONIETA AMORIM CAETANO, PAULO SERGIO SCALIZE