Dados do Trabalho
Título
ANALISE ESPACIAL DA COBERTURA VACINAL DA HEPATITE A, TRIPLICE VIRAL E VARICELA EM MG, EM TEMPOS DE PANDEMIA
Introdução
No Brasil, as coberturas vacinais não se mostram distribuídas uniformemente e quedas são observadas para algumas vacinas ofertadas no calendário do Programa Nacional de Imunizações. Em 2020, cerca de 23 milhões de crianças perderam vacinas vitais, chegando a 3,7 milhões a mais do que em 2019 (OPAS, 2021). Conhecer a distribuição espacial das coberturas e possíveis determinantes possibilita identificar fatores intervenientes, imprescindíveis para a implementação de estratégias de vacinação. Este estudo buscou analisar o comportamento espacial da cobertura vacinal da hepatite A, tríplice viral e varicela em crianças e a relação com determinantes socioeconômicos, em Minas Gerais (MG).
Material e Método
Estudo ecológico que considerou os registros de doses aplicadas em crianças, extraídos do Sistema de Informação de Imunização de 853 municípios mineiros, em 2020, ano de pandemia da Covid-19. Analisaram-se as coberturas vacinais e fatores socioeconômicos. A estatística scan espacial foi utilizada para identificar agrupamentos espaciais e medir o risco relativo a partir do indicador de cobertura vacinal e o Índice de Moran Bivariado para identificar os fatores correlacionados com a distribuição espacial da vacinação. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética da UFSJ (Parecer no 3.612.038).
Resultados
Em 2020, observou-se em MG, baixas coberturas para as vacinas de hepatite A e varicela (89,0%), tríplice viral (75,7%). Foram identificados aglomerados significativos em todas as vacinas analisadas. Os aglomerados de maior chance de a população ser vacinada se alocaram majoritariamente nas regiões Centro, Centro-Oeste, Centro-Sul, Noroeste, e as de menor propensão para a vacinação encontram-se nas regiões Norte, Nordeste e Triângulo do Sul. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, taxa de urbanização e produto interno bruto tiveram dependência espacial com a cobertura vacinal.
Discussão e Conclusões
Há heterogeneidades no comportamento espacial das coberturas para as vacinas hepatite A, tríplice viral e varicela, e essa condição encontra-se associada a fatores socioeconômicos. Variações regionais nas coberturas também são observadas no Brasil e em outros países, e tais diferenças se devem às grandes discrepâncias geográficas, sociais e culturais entre e dentro das regiões e mais recentemente, à pandemia da Covid-19 (ARROYO et al., 2020, BRAMER et al., 2022). Os registros de vacinação requerem atenção e devem ser monitorados para aprimoramento da qualidade das informações utilizadas nos serviços e nas pesquisas.
Palavras Chave
Programas de imunização. Vacinas. Cobertura vacinal. Sistemas de informação em saúde. Análise espacial.
Área
Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica
Instituições
Universidade Federal de São João Del Rei - Minas Gerais - Brasil
Autores
GABRIELA CUNHA CORRÊA FREITAS OLIVEIRA, LUIZ HENRIQUE ARROYO, ALINE MENDES VIMIEIRO, JOSIANNE DIAS GUSMÃO, GABRIELA LOURENÇA MARTINS NASCIMENTO, TARCISIO LAERTE GONTIJO, VALERIA CONCEIÇÃO OLIVEIRA, ELIETE ALBANO AZEVEDO GUIMARÃES