Dados do Trabalho


Título

CONFIANÇA, COMPLACENCIA E CONVENIENCIA PARA VACINAÇAO ENTRE TRABALHADORES DE UMA REDE DE SAUDE MUNICIPAL

Introdução

Existem diversos modelos conceituais para a compreensão de determinantes da Hesitação Vacinal, a exemplo do Modelo dos 3 C’s: Confiança, Complacência e Conveniência. A confiança é a dificuldade em acreditar na credibilidade, eficácia e segurança das vacinas, do sistema que as entrega, dos profissionais envolvidos. A complacência existe onde os riscos percebidos de doenças evitáveis por vacinação são baixos e a conveniência é verificada através do grau em que existe disponibilidade física, acessibilidade e de recurso dos serviços de vacinação (WHO, 2014). O objetivo deste estudo foi verificar 3C’s para vacinar entre trabalhadores da atenção primária à saúde

Material e Método

Trata-se de um estudo epidemiológico com delineamento transversal, desenvolvido com 453 trabalhadores da saúde de um município do Recôncavo Baiano. Utilizou-se instrumento estruturado para avaliar aspectos relacionados a condições de vacinação, exposição ocupacional e os fatores contextuais relacionados às dimensões confiança, complacência e conveniência. Realizaram-se análises univariadas, e utilizou-se o programa estatístico SPSS (versão 22). Aprovação ética sob protocolo CAAE 90204318.2.0000.0053

Resultados

56,7% dos entrevistados definiram a percepção de contato com material biológico como inexistente/rara. Dentre aqueles que justificaram motivos para a não imunização, 13,3% não se percebiam em risco para contrair doenças. O compartilhamento de notícias falsas foi um dos maiores motivos para a não vacinação (54%), 90,2% confiam nas informações repassadas pelos profissionais de saúde sobre vacinação e 81,4% se sentem seguros para receber novas vacinas. A distância entre os serviços de saúde e casa foi vista como um impeditivo para a vacinação em 3,8% dos trabalhadores, 22,7% não se sentem suficientemente informados sobre os riscos e benefícios da vacinação, e 81,6% consideram ter informações suficientes para decidir se vacinar. 55,8% concordam com a conveniência existente em campanhas de vacinação no trabalho, e 26,1% percebem estímulo dos colegas de trabalho para vacinar.

Discussão e Conclusões

É notória a influência das fake news no incentivo à hesitação vacinal, baseado no modelo dos 3Cs. Dessa forma, ações de comunicação em saúde voltadas para divulgar informações sobre riscos, benefícios e a importância da vacinação se tornam necessárias mesmo em meio a classe trabalhadora da saúde.

Palavras Chave

Palavras-chave: Imunizações. Hesitação Vacinal. Saúde do Trabalhador.

Área

Imunizações

Instituições

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

FERNANDA DE OLIVEIRA SOUZA, IVANA CAROLINE SANTOS, PALOMA PINHO, DEISY SANTOS