Título

VACINAÇAO DE PACIENTES COM DOENÇAS CRONICAS, OPORTUNIDADES PERDIDAS E ADESAO: A EXPERIENCIA DE UM CENTRO ESPECIALIZADO.

Introdução

Os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) oferecem vacinação gratuita para portadores de doenças crônicas. A demanda ao CRIE pode ser insuficiente se comparada à alta prevalência de doenças. Oportunidades para vacinação são perdidas por falta de encaminhamento. Objetivo: Analisar a prevalência de vacinados por comorbidades, oportunidades perdidas de vacinação e adesão do paciente a um CRIE.

Material e Método

Os dados foram coletados no período de 2003-2020 através dos programas SI-CRIE e SI-PNI de acordo com as variáveis indivíduos, doença de base e ano de vacinação. A taxa de adesão é um indicador de qualidade do Serviço avaliado de rotina.

Resultados

Os dados de 147.619 pacientes foram consolidados. Ao utilizar um ponto de corte para análise de vítimas de violência sexual verificou-se que 38% do atendimento foi composto por crianças e adolescentes cobertos pela vacina contra hepatite B no calendário nacional de vacinação, o que reflete baixa cobertura vacinal para essas faixas etárias. Os diabéticos representaram menos de 1% de todos os atendimentos de 2003 a 2011 e chegaram a 3% de 2013 a 2016, devido à intervenção em um serviço de endocrinologia, posteriormente esse ganho ficou diluído. Os mais prevalentes são pneumopatas, dependendo dos pontos de corte, com 9-21,5% dos atendimentos e as pessoas vivendo com HIV/AIDS 9-13%, enquanto os cardiopatas pouco mais de 2%. Uma grande discrepância foi identificada entre receptores de transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) e neoplasias. Contrariando a expectativa de encontrar mais pacientes com neoplasias, de 2003 a 2010, detectamos uma relação neoplasia/TCTH de 1,85 em crianças e adolescentes. Para os maiores de 20 anos, a relação TCTH/Neoplasia foi de 7,09. Mesmo em outros pontos de corte, as discrepâncias são mantidas. A menor taxa de retorno de pacientes foi de 84,9% e relacionada ao desabastecimento. Em geral, as taxas de retorno estão acima de 90%, chegando a 96,7%, o que demonstra boa qualidade do serviço. Durante o ano de 2020, devido à COVID-19, houve uma redução de 18,7% de novos pacientes em relação a 2019.

Discussão e Conclusões

Os dados revelam que os pacientes com doenças crônicas prevalentes não são encaminhados para vacinação, como diabetes, pneumopatia e cardiopatia. A cobertura vacinal nesses pacientes em particular precisa ser discutida. Melhorar a comunicação com os serviços especializados pode ser uma medida de intervenção adequada para aumentar a adesão à vacinação para indivíduos com comorbidades.

Palavras Chave

vacinação, doenças crônicas, oportunidades perdidas para vacinação

Área

Imunizações