Dados do Trabalho


Título

HESITAÇÃO VACINAL CONTRA COVID-19 ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO SUS NA BAHIA

Introdução

Os trabalhadores da saúde estão continuamente expostos aos riscos de infecções respiratórias agudas, como a COVID-19, por estarem na linha de frente de combate a essas doenças. A medida preventiva de maior impacto é a ampla vacinação da população. Em contrapartida, o movimento antivacina acentuou a hesitação vacinal, fenômeno que interfere na aceitação de vacinas ou mesmo na completude de esquemas vacinais. Desta forma, o objetivo deste estudo foi analisar o perfil do fenômeno de hesitação vacinal entre trabalhadores de serviços de saúde de municípios do Recôncavo da Bahia.

Material e Método

Estudo transversal, realizado entre abril e dezembro de 2021, com 123 trabalhadores de saúde atuantes nos três níveis de assistência em saúde do SUS em três municípios do Recôncavo da Bahia. Foi aplicado questionário estruturado com dados sociodemográficos, ocupacionais e vacinação contra a COVID-19. Utilizou-se o programa REDCap e foi realizada a análise descritiva dos dados. O estudo foi aprovado pelo CEP da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CAAE: 38267720.6.0000.0056).

Resultados

Dos 123 participantes, 80,5% eram mulheres, com idade entre 20 e 63 anos, sendo a maioria negros (87,8%). Quanto à ocupação, 24,6% atuavam na recepção dos serviços, 17,2% eram agentes comunitários, 17,2% pertencia à equipe de enfermagem, 2,5% eram médicos e 38,5% tinham outras ocupações. A vacinação contra COVID-19 foi relatada por 99,2% dos profissionais, contudo 54,3% recebeu duas doses, 41,4% três doses e 4,3% uma dose. A ocupação prevalente dos trabalhadores que tomaram uma, duas e três doses é de agente comunitário (n=2), recepcionista (n=26) e equipe de enfermagem (n=13), respectivamente. A vacinação contra COVID-19 foi considerada insegura por 8,7% dos participantes.

Discussão e Conclusões

A quarta dose ainda não havia sido disponibilizada para os trabalhadores da saúde no período de estudo, o que se justifica a ausência desse relato. Os profissionais da saúde da linha de frente (equipe de enfermagem e recepcionistas) estavam com melhor esquema de imunização, contribuindo para seu autocuidado e maior proteção coletiva. Alguns trabalhadores, apesar de considerar a vacinação segura, estão com esquemas vacinais indesejáveis contribuindo para maior circulação do vírus. Explorar a hesitação vacinal entre as diferentes categorias profissionais é uma ferramenta útil para identificar necessidades educacionais e informativas específicas e orientar gestores para no desenvolvimento de intervenções adequadas no SUS.

Palavras Chave

HESITAÇÃO VACINAL; TRABALHADORES DA SAÚDE; COVID-19

Área

Infecções Preveníveis por Imunizações

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA - Bahia - Brasil

Autores

PALOMA SOUSA PINHO, FERNANDA DE OLIVEIRA SOUZA, ISABELLA DE MATOS MENDES DA SILVA, JEIZA BOTELHO LEAL REIS, SIBELE OLIVEIRA TOZETTO KLEIN, FERNANDO VICENTINI, MARGARETE COSTA HELIOTÉRIO, HERMES PEDREIRA DA SILVA FILHO