Dados do Trabalho
Título
RESPOSTA SOROLOGICA PARA VACINAÇAO CONTRA HEPATITE B ENTRE TRABALHADORES/AS DA SAUDE
Introdução
No Brasil, observa-se que nem todos os trabalhadores/as dos serviços de saúde completaram o esquema vacinal para hepatite B. Ademais, dentre aqueles que relatam vacinação completa, sabe-se que nem todos verificam a imunidade adquirida. Nesse sentido, este estudo buscou analisar a soroconversão para vacinação contra hepatite B, entre trabalhadores da saúde.
Material e Método
Estudo transversal com 453 trabalhadores/as, selecionados por amostragem aleatória estratificada, atuando na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Média Complexidade (MC) de um município da Bahia. Realizaram-se análises univariada e bivariada, cujo desfecho foi a soroconversão pós vacinação contra hepatite B, comprovada pelo exame Anti-HBs. Utilizou-se o programa estatístico SPSS (versão 22) e aprovação ética sob protocolo CAAE 90204318.2.0000.0053.
Resultados
382 participantes realizaram o exame Anti-HBs. Destes, a maior parte foi representada por mulheres (82,8%), 83,6% se declararam pretos/pardos e a maioria atuava na APS (77,7%). Sobre o esquema vacinal, 56,9% dos trabalhadores relataram vacinação completa para hepatite B. Em relação à soroconversão 65,2% dos trabalhadores apresentaram Anti-HBs reagente contra a doença. Os grupos que apresentaram as maiores taxas de soroconversão foram trabalhadores com idade inferior a 50 anos (67,4%); não negros (75,4%); que nunca fumaram (66,3%). O anti-HBs reagente foi identificado em 71,9% dos profissionais dos que referiram completude do esquema vacinal e em 55,2% dos sem completude do esquema.
Discussão e Conclusões
Cerca de um terço dos trabalhadores investigados não atingiram níveis adequados de anticorpos protetores para hepatite B, logo, apresentam-se expostos à infecção pelo vírus. Alguns fatores já possuem relação direta para a soroconversão, a saber: idade, obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de bebida alcoólica. Sabe-se ainda que os títulos sorológicos decaem ao longo do tempo, assim, é essencial uma avaliação periódica da imunidade do trabalhador da saúde. Para indivíduos que não alcançam a imunidade desejada, recomenda-se mais uma dose do imunizante, com nova testagem em 30 dias. No Brasil, a verificação da imunidade para hepatite B é recomendada entre trabalhadores da saúde, no entanto, não é obrigatória e sua oferta gratuita é limitada. Há necessidade de campanhas e capacitações de sensibilização para que trabalhadores da saúde, independentemente da função,verifiquem situação de imunidade para que tenham garantia de proteção contra hepatite B.
Palavras Chave
vacinação, hepatite B, trabalhadores da saúde
Área
Imunizações
Instituições
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
FERNANDA OLIVEIRA SOUZA, PALOMA DE SOUSA PINHO, DEISY VITAL DOS SANTOS, GRAZIELE BOMFIM, YVANILSON COSTA FARIAS JUNIOR