Dados do Trabalho


Título

Conhecimento sobre hepatite B e adesão à vacinação entre trabalhadores da saúde

Introdução

O Modelo de Crenças em Saúde (MCS) é um referencial para análise de comportamentos individuais acerca do processo saúde-doença. A partir da dimensão de conhecimento do MCS, este estudo buscou analisar a adesão à vacinação para hepatite B entre trabalhadores da saúde, haja vista o alto grau de susceptibilidade à contaminação pelo vírus, quando comparados à população em geral.

Material e Método

Estudo transversal com 453 trabalhadores da saúde, selecionados por amostragem aleatória estratificada, atuando na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Média Complexidade (MC) de um município da Bahia. Realizaram-se análise univariada e bivariada, cujo desfecho foi o relato de vacinação completa para hepatite B. Calcularam-se razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança a 95% (IC95%). Utilizou-se o programa estatístico SPSS (versão 22). O estudo possui aprovação ética sob protocolo CAAE 90204318.2.0000.0053.

Resultados

Maior parte da população foi representada por mulheres (82,8%), pelos negros (83,6%) e a maioria atuava na APS (77,7%). Sobre o esquema vacinal, 56,9% dos trabalhadores relataram vacinação completa para hepatite B. Cinco fatores estiveram associadas ao relato de vacinação completa: ter conhecimento sobre a forma de transmissão relacionada à práticas sexuais desprotegidas (RP = 2,14; IC95% = 1,43 - 3,19); reconhecer que o vírus da hepatite B está presente no sangue, no esperma e no leite materno (RP = 1,67; IC95% = 1,19 - 2,34); entender que pessoas pegam hepatite B por meio do compartilhamento materiais perfurocortantes contaminados (RP = 2,26; IC95% = 1,32 - 3,88); conhecer os sinais e sintomas da doença (RP = 1,53; IC95% = 1,17 - 1,99) e ter noções a respeito da gravidade e complicações relacionadas à doença (RP = 1,80; IC95% = 1,29 - 2,50).

Discussão e Conclusões

Nota-se que o conhecimento sobre principais sinais e sintomas e das complicações relacionadas à doença podem aumentar a probabilidade desses trabalhadores completarem o esquema vacinal. Na literatura, sabe-se que uma das barreiras para a adesão à vacinação entre os profissionais de saúde é a falta de conhecimento. Compreende-se que as atividades de promoção à vacinação direcionadas aos trabalhadores, que não possuem esquema vacinal completo, devem se concentrar em fornecer informações atualizadas que visem melhorar o acesso às vacinas e a finalização de esquemas vacinais no próprio local de trabalho.

Palavras Chave

vacinação; trabalhadores da saúde; conhecimento

Área

Imunizações

Instituições

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

FERNANDA DE OLIVEIRA SOUZA, PALOMA DE SOUSA PINHO, DEISY VITAL DOS SANTOS, GRAZIELE SANTOS SANTANA BOMFIM, YVANILSON COSTA FARIAS JUNIOR, TANIA MARIA ARAUJO