Dados do Trabalho


Título

SITUAÇÃO VACINAL DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: PERCENTUAIS PREOCUPANTES

Introdução

O Agente Comunitário de Saúde (ACS) ocupa lugar de destaque entre a comunidade e o serviço de saúde, atuando como multiplicador de informações. Sabe-se que mesmo entre trabalhadores da saúde as coberturas vacinais estão abaixo do ideal. Sendo esse um motivo de preocupação, o objetivo deste estudo foi investigar e comparar a situação vacinal dos ACS nos anos de 2011 e 2019 segundo as vacinas garantidas pelo PNI para adultos.

Material e Método

Dois estudos transversais foram realizados nos anos de 2011 (121 ACS) e 2019 (111 ACS) em uma cidade do Recôncavo Baiano. Foram analisadas condições de vida e saúde, com destaque para situação de vacinação dos trabalhadores. Os dados foram analisados por estatística descritiva através do software SPSS versão 22. Considerou-se a informação verbal sobre o recebimento das doses das vacinas recomendadas para adultos. As pesquisas foram aprovados pelo CEP da Universidade Estadual de Feira de Santana (2011: CAAE 0086.0.059.000-09 e 2019: CAAE: 90204318.2.0000.0053).

Resultados

Nos diferentes períodos de estudo, a amostra foi composta em sua maioria pelo sexo feminino, idade entre 30 e 49 anos e cor parda. Apenas 19,5% desses trabalhadores em 2011 e 24,7% em 2019 apresentavam esquema vacinal completo. Analisando as vacinas individualmente, as menores prevalências de vacinação completa, foram encontradas para a vacina tríplice viral, apenas 27,3% (2011) e 38,7% (2019). Em seguida, vacinação contra difteria e tétano (53,7% em 2011; 55,0% em 2019); hepatite B (65,3% em 2011; 64,9% em 2019) e por fim, febre amarela (94,2% em 2011; 90,1% em 2019).

Discussão e Conclusões

A maioria dos ACS estava com o cartão vacinal desatualizado. Essa realidade apresentou discreta melhora no ano de 2019, mas ainda está muito aquém do que é recomendado pelo PNI. Outros estudos encontraram taxa de completude baixa entre trabalhadores da saúde no Brasil, França, Áustria e Alemanha. O fenômeno de hesitação vacinal tem sido evidenciado na literatura com influência de muitos fatores, a saber: baixa percepção do risco da doença; medo de eventos adversos pós-vacina; confiança nas vacinas; optar por outras formas de proteção da saúde. O esquecimento relacionado à vacinação é outro motivo para vacinação entre adultos e pode ser combatido com sistemas de lembrete ou campanhas direcionadas. Os resultados deste estudo demonstram percentuais preocupantes requerendo ações imediatas de caráter educativo, que potencialmente contribuirão para uma melhoria da situação evidenciada entre os ACS.

Palavras Chave

vacinação; saúde do trabalhador; agente comunitário de saúde

Área

Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica

Instituições

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

PALOMA SOUSA PINHO, CAIO FELLIPE DIAS MUNIZ, FERNANDA OLIVEIRA SOUZA, DEISY VITAL SANTOS, GRAZIELE SANTOS SANTANA BOMFIM