Dados do Trabalho


Título

ERROS DE IMUNIZAÇAO EM CRIANÇAS: UMA ANALISE EM MINAS GERAIS, BRASIL

Introdução

Os erros de imunização (EI) têm potencial para causar dano ao paciente e podem intensificar o fenômeno de hesitação vacinal, afetando o gerenciamento das doenças imunopreveníveis. O objetivo foi investigar os EI em crianças menores de dez anos de idade, segundo presença ou ausência de EAPV (Evento Adverso Pós-Vacinação), no estado de Minas Gerais, Brasil, no período de 2015 a 2020.

Material e Método

Estudo epidemiológico, de série temporal, com base nas notificações de EAPV disponíveis no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Considerou-se EI, sexo, idade, imunobiológico administrado, macrorregião de saúde, via de administração, tipo de evento, manifestações clínicas, diagnóstico, atendimento médico e evolução do caso. Os dados foram estratificados em EI com e sem EAPV. O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal de Minas Gerais.

Resultados

Foram registrados 3259 EI e, desses: 91,86% não acarretaram em eventos adversos e 56,02% foram crianças menores de um ano de idade. O ano de 2019 apresentou as maiores proporções de EI sem (33,93%) e com (25,28%) EAPV. A Taxa de Incidência (TI) de EI sem evento apresentou tendência crescente e, a TI de EI com evento adverso, tendência estacionária. O diagnóstico mais frequente foi a aplicação fora da idade recomendada (29,12%). Dentre as manifestações, 71,91% foram locais e em relação às sistêmicas, a mais frequente foi a febre (40,85%). Mais de 99% dos EI sem evento adverso não preencheram a variável atendimento médico e evolução do caso.

Discussão e Conclusões

O aumento dos EI pode ser explicado pela ampliação do sistema de vigilância ou pelo aumento das falhas na assistência. A diminuição dos casos em 2020 pode estar relacionada à queda da cobertura vacinal observada na pandemia da COVID-19. Os menores de 1 ano de idade parecem ser os mais afetados pelo fato de frequentarem mais as unidades de saúde, receberem mais imunobiológicos e existirem profissionais com pouca habilidade para atender esse público. Os principais diagnósticos de erros podem ter relação com a não verificação de informações, conhecimento insuficiente do profissional, organização da sala de vacina, rótulos parecidos e alterações no calendário vacinal. Desse modo, é necessário educação permanente dos profissionais da saúde acerca da importância das boas práticas em vacinação, do preenchimento adequado do sistema de notificação e da promoção da segurança do paciente.

Palavras Chave

Vacinação, Vigilância, Monitoramento, Criança; Segurança do Paciente.

Área

Imunizações

Instituições

Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Minas Gerais - Brasil

Autores

JOSIANNE DIAS GUSMAO, SABRINA MARTELETO DE CAMARGOS , MARIA LUISA SENA DE OLIVEIRA , ROBERTA BARROS DA SILVA , BIANCA MARIA OLIVEIRA LUVISARO , THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA , JANAINA FONSECA ALMEIDA SOUZA , FERNANDA PENIDO MATOZINHOS