Dados do Trabalho


Título

CLASSIFICAÇAO DE RISCO DE TRANSMISSAO DE DOENÇAS IMUNOPREVENIVEIS EM MINAS GERAIS, BRASIL

Introdução

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é reconhecido internacionalmente. Para a erradicação, eliminação ou controle de doenças, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda cobertura vacinal (CV) de 95% para a maioria das vacinas. A OMS evidencia, também, outros indicadores relevantes, como a homogeneidade de coberturas vacinais. Especialmente a partir do ano de 2016, o Brasil e o mundo identificam a queda das CV, potencializada em 2020 pela pandemia de COVID-19.
O objetivo deste estudo é analisar a classificação de risco de transmissão de doenças imunopreveníveis nos 853 municípios de Minas Gerais/MG, considerando, também, a influência do porte populacional e o período de pandemia, no intuito de auxiliar na definição de prioridades e políticas públicas.

Material e Método

Estudo epidemiológico com dados secundários da CV, homogeneidade (HCV) e taxa de abandono (TA) de 10 imunobiológicos recomendados para crianças < 2 anos, de janeiro a dezembro/2021, MG, Brasil. Após o cálculo, os municípios foram classificados em cinco estratos de risco, conforme proposto por Braz et al (2016).
Para a análise dos dados, foi utilizado o pacote estatístico Stata. Realizou-se a comparação das proporções da TA, HCV e classificação de risco, segundo o porte populacional do município por meio do teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher, com nível de significância de 5%. Foram construídos mapas coropléticos, utilizando o programa QGIS. O uso de dados de domínio público dispensou apresentação ao Comitê de Ética.

Resultados

Na análise de CV, destaca-se a 2ª dose da vacina tríplice viral, pois 30,53% dos municípios apresentaram a CV muito baixa. Sobre a HCV, o Estado possui 70,46% dos municípios com níveis considerados muito baixos. Em relação à TA, municípios de pequeno porte populacional apresentaram as menores taxas para as vacinas de Rotavírus, Pneumo 10 e 13, VIP, VOP, Hexavalente e Pentavalente, com diferença significativamente estatística. O estado apresentou 80,30% dos municípios classificados como alto risco.

Discussão e Conclusões

Este estudo identificou, por meio de uma análise conjunta de indicadores, que mais de 80% dos municípios de MG estão classificados como alto risco para a transmissão de doenças imunopreveníveis. O impacto da queda vacinal na saúde das crianças é grave. O avanço no monitoramento dos indicadores de vacinação direciona estratégias e políticas prioritárias para os municípios, contribuindo para a retomada do sucesso do PNI.

Palavras Chave

Cobertura Vacinal, Vigilância, Monitoramento, Gerenciamento de Risco.

Área

Imunizações

Instituições

Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - Minas Gerais - Brasil

Autores

JOSIANNE DIAS GUSMÃO, THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA, JANAINA FONSECA ALMEIDA SOUZA, ROBERTA BARROS DA SILVA, ALINE MENDES VIMIEIRO, ED WILSON RODRIGUES VIEIRA, TERCIA MOREIRA RIBEIRO DA SILVA, FERNANDA PENIDO MATOZINHOS