Dados do Trabalho


Título

Baixas coberturas da vacina tríplice viral e a reemergência do sarampo no Brasil

Introdução

O Brasil foi considerado área livre do sarampo em 2016, ano em que recebeu o certificado internacional de eliminação da doença. Contudo, a elevada circulação de pessoas oriundas de outros países, decrescentes índices de Coberturas Vacinais (CV) e ausência de uma vigilância ativa e oportuna para a circulação viral, colaborou para que ocorresse a reintrodução do vírus no país em 2018 e a consequente perda da certificação em 2019.

Material e Método

Estudo transversal, referente à série histórica dos últimos 10 anos (2012 – 2021), baseado em dados secundários disponibilizados na base do DATASUS. Os dados referentes à cobertura vacinal foram extraídos do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), a partir do registro de doses aplicadas da vacina tríplice viral e contingente populacional de Regiões e Unidades Federadas (UF) do Brasil, tratados e tabulados em planilhas eletrônicas no software Excel 2016. Os mapas foram desenvolvidos por meio do software Tabwin pra Windows.

Resultados

Em 2012, a proporção de vacinados no Brasil para a primeira dose da vacina tríplice viral foi de 99,5%, embora todas as regiões do país tenham alcançado cobertura vacinal média acima da meta de 95% estabelecida pelo PNI, 08 (26,6%) Unidades da Federação, sendo 03 da Região Norte, 02 do Nordeste, 02 do Centro-Oeste e 01 da Região Sul, apresentaram índices abaixo desse valor de referência. Em 2017, a proporção de vacinados foi de 86,24% para D1 e 72,9% para D2, nenhuma região do país consegue alcançar a meta de CV e apenas 04 estados atingiram cobertura acima de 95%. Essa situação vem se agravando ano a ano, de maneira tal que em 2021 a CV para esta vacina no Brasil foi de 73,5% para D1 e 51,6% para D2. Desde 2020 nenhuma região e UF alcança a meta de CV para essa vacina.

Discussão e Conclusões

Os índices de CV refletem, direta ou indiretamente, a adesão da população ao programa regular de vacinação, a existência de pessoas vivendo sob risco de doenças imunopreveníveis, além da efetividade dos serviços. Nos últimos anos, tem-se observado preocupantes retrocessos em relação às CV no país, especialmente se comparados aos resultados alcançados em décadas anteriores, quando ocorreu a eliminação da poliomielite e controle do sarampo. A queda das coberturas da tríplice viral coincide com a reintrodução do vírus do sarampo no Brasil e a consequente perda do Certificado de Eliminação. Torna-se imprescindível que ações estratégicas sejam retomadas no sentido de buscar melhorias nas coberturas vacinais.

Palavras Chave

Sarampo, vacinas, tríplice viral, vigilância, coberturas vacinais

Área

Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica

Instituições

UFBA - Bahia - Brasil

Autores

MARIA EDUARDA MAIA VILAR, RAMON da Costa Saavedra, Florisneide Rodrigues Barreto, Maria da Glória Lima Cruz Teixeira