Título

EVENTO ADVERSO E DOR NA ADMINISTRAÇAO DE VACINA POR VIA INTRAMUSCULAR NO VENTROGLUTEO SEM ASPIRAÇAO ANTES DA INJEÇAO

Introdução

A aspiração na injeção intramuscular (IM) é uma técnica de longa data, mas sem evidências científicas que a justificasse. Os locais para vacinação IM (vasto lateral da coxa, deltoide e ventroglúteo) não possuem vasos de grande calibre e a realização da aspiração pode prolongar o procedimento e torná-lo mais doloroso. Assim, o estudo objetivou avaliar a dor da injeção na região ventroglútea (VG) sem aspiração e os eventos adversos pós-vacinação (EAPV).

Material e Método

Ensaio clínico randomizado duplo-cego para o desfecho evento adverso e unicego para o desfecho dor, realizado com pessoas de 18 a 59 anos, 79 no grupo intervenção (GI) – injeção lenta sem aspiração – e 76 no grupo controle (GC) – injeção lenta com aspiração. A vacina utilizada foi a Hepatite A (inativada). Foi aplicada a escala numérica de intensidade da dor, realizada a aferição da pulsação por minuto e saturação periférica de oxigênio antes, durante e após a vacinação, com avaliação diária dos participantes até 72 horas pós-vacinação quantos aos EAPV. Os dados foram tabulados e analisados no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 21.0, adotando-se significância estatística quando p > 0,05 e intervalo de confiança de 95 %. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer consubstanciado nº 3.315.929).

Resultados

Participaram 155 pessoas com idade média de 38,28 anos (dp ± 10,46), a maioria homens (68,4 %, n = 106) e pertencentes à raça parda (62 %, n = 97). A média da escala de dor foi de 1,83 pontos (dp ± 2,39) na população total, participantes do sexo feminino (p = 0,007) e com mais idade (p = 0,024) referiram menor intensidade da dor. O GI apresentou média de dor menor que o GC, mas não significante (p = 0,059). A ocorrência de eventos adversos locais e sistêmicos foi semelhante entre os grupos nos três dias pós-vacinação (p > 0,05). As variáveis sexo, raça, doença pré-existente e uso de medicamento não influenciaram nos EAPV.

Discussão e Conclusões

A técnica de vacinação IM sem aspiração é segura quanto aos EAPV na administração da vacina Hepatite A na região VG em comparação à técnica convencional, semelhante a estudo realizado com adultos jovens de 19 a 24 anos de idade, no qual o grupo controle (com aspiração) apresentou mais reações locais do que o GI, mas não significante estatisticamente (GOL, 2020). O nível de dor durante o procedimento foi classificado como leve em ambos os grupos, resultado que pode estar associado à região VG, método eficaz para alívio da dor na injeção (ZEYREK et al., 2019).

Palavras Chave

Injeções Intramusculares. Dor. Reação no Local da Injeção. Evento adverso. Vacinação.

Área

Imunizações