Dados do Trabalho


Título

SITUAÇAO VACINAL DA POLIOMIELITE NO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL

Introdução

No Brasil, em 1911, surgiram os primeiros casos de poliomielite na cidade de São Paulo e no Rio de Janeiro. Na década de 1960, foram desenvolvidas as duas vacinas antipoliomielíticas, sendo elas: a vacina oral da pólio (VOP) e a vacina inativada da pólio (VIP). Para que haja a erradicação, a eliminação ou o controle de doenças imunopreveníveis, a Organização Mundial de Saúde recomenda cobertura vacinal (CV) de 95% para a maioria das vacinas. Contudo, nos últimos anos, tem-se observado a redução das coberturas vacinais, em especial em crianças, e ela é multicausal, destacando-se fatores contextuais, históricos, socioculturais, ambientais e do sistema de saúde, além de fatores econômicos ou políticos e os fatores individuais. O objetivo deste estudo é analisar a cobertura vacinal contra poliomielite em 853 municípios de Minas Gerais/MG, Brasil.

Material e Método

Trata-se de estudo ecológico, de série temporal, com dados secundários da CV da vacina contra poliomielite dos 853 municípios de MG, Brasil, de 2012 a 2022. Empregou-se o modelo autorregressivo de Prais-Winsten para análise de tendência. Adotou-se o nível de significância de 5% para todo o procedimento analítico. O uso de dados de domínio público dispensou apresentação ao Comitê de Ética.

Resultados

Ao se analisar os 853 municípios mineiros, nos anos de 2012 a 2022, para a cobertura vacinal contra poliomielite (VIP e VOP), observou-se redução ao logo dos anos dos municípios que atingiram a cobertura vacinal preconizada pela OMS de 95% para erradicação, a eliminação ou o controle. Destaca-se o ano de 2021, que apresentou apenas 30,48% dos municípios com cobertura ≥95% para VIP e 22,72% dos municípios com cobertura ≥95% para VOP.

Discussão e Conclusões

Observou-se tendência decrescente na cobertura vacinal das vacinas contra poliomielite. A queda das taxas de cobertura vacinal brasileiras, verificadas desde 2013, evidencia a necessidade de investigar, dentre os fatores potencialmente relacionados, a hesitação vacinal e a divulgação de falsas informações sobre a ausência de efetividade das vacinas e eventos adversos inexistentes em redes sociais. Ademais, estudos como esse podem contribuir para definição de programas e ações baseados em evidências no que tange à vacinação, favorecendo a otimização dos investimentos do Sistema Único de Saúde.

Palavras Chave

Cobertura Vacinal, Vigilância, Monitoramento, Crianças.

Área

Imunizações

Instituições

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) - Minas Gerais - Brasil

Autores

ROBERTA BARROS DA SILVA , THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA , JANAINA FONSECA ALMEIDA DE SOUZA, JOSIANNE DIAS GUSMÃO, TERCIA MOREIRA RIBEIRO DA SILVA, CAROLINA MACHADO MOREIRA, NICOLE MENEZES TEIXEIRA, FERNANDA PENIDO MATOZINHOS