Título

VIGILANCIA DAS PERDAS FISICAS DE VACINAS CONTRA COVID-19 NO ESTADO DO CEARA - 2021

Introdução

Os imunobiológicos são produtos termolábeis. Para assegurar que mantenham sua potência e imunogenicidade, devem ser mantidos em temperaturas adequadas, desde sua produção até sua utilização nas salas de vacinas. O controle das perdas físicas é feito através do envio obrigatório dos relatórios de desvio de qualidade pelos municípios de todo o estado. Portanto, o estudo objetivou analisar o impacto das perdas físicas de vacinas contra covid-19 ao estado do Ceará, no ano de 2021.

Material e Método

Foi realizada a análise de 115 Formulários de avaliação de imunobiológicos sob suspeita, e que tiveram parecer de descarte pelo Ministério da Saúde no ano de 2021. Os Formulários são registrados no REDCAP através de um link, pelos estados, e o parecer de reutilização ou descarte das vacinas contra covid-19 é emitido posteriormente, e através desse mesmo link, pelo Ministério da Saúde, de acordo com a temperatura e o tempo a que esses imunobiológicos foram expostos.

Resultados

O estado do Ceará recebeu, no ano de 2021, 17.331.884 doses das vacinas contra covid-19, sendo 7.517.304 (43,37%) da vacina Pfizer adulto; 4.877.340 (28,14%) da vacina Coronavac/Butantan; 4.667.590 (26,93%) da vacina Astrazeneca/Fiocruz; e 269.650 (1,55%) da vacina Janssen. A vacina da Pfizer pediátrica ainda não estava sendo utilizada no ano de 2021. Dos 115 formulários analisados, foram perdidas no total, 47.831 (0,27%) das doses recebidas no estado, sendo 36.300 (75,89%) da vacina Pfizer; 7.105 (14,85%) da vacina Coronavac/Butantan,; 4.406 (9,21%) da vacina Astrazeneca/Fiocruz; e por fim, apenas 20 (0,04%) da vacina Janssen. O principal motivo das perdas físicas identificado está relacionado à perda de validade da vacina Pfizer após o descongelamento (31 dias), com 28.738 doses (60,08%), seguido do desvio de qualidade por alteração de temperatura, com 18.930 doses (39,57%) e quebra de frasco, com 163 doses (0,34%).

Discussão e Conclusões

Levando-se em consideração que o valor máximo de perdas esperadas de vacinas contra covid-19 pelo Ministério da Saúde é de até 10%, o percentual perdido representou um quantitativo muito pequeno (<1%). Porém, o estudo demonstra a importância da necessidade de um controle mais rigoroso da cadeia de frio, pois qualquer falha na dinâmica de conservação dos imunobiológicos pode onerar os cofres públicos pelo desperdício, podendo impedir o acesso da população à imunização por falta de vacinas, e impactando no aumento de casos da doença e possíveis mortes.

Palavras Chave

Imunização; Imunobiológicos; Controle do Uso de Imunobiológicos; Perdas de Imunobiológicos; Vacinas covid-19.