Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DA PROGRESSÃO DE IRA EM PACIENTES ADMITIDOS EM UTI E SUA RELAÇÃO COM BUNDLE CARE PARA IRA

Introdução

A injúria renal aguda (IRA) é uma condição frequente e está associada à elevada mortalidade. Dados nacionais sobre a frequencia de IRA em UTI, bem como sua progressão, são limitados. Recentemente, estratégias conhecidas como “bundle care” estão sendo empregadas para mitigar o desenvolvimento de IRA; a relação entre a progressão da IRA com o uso de “bundle care” é pouco conhecida. O objetivo desta sub-análise foi avaliar a frequencia e progressão de IRA em pacientes em UTI e sua relação com a aplicação espontânea de medidas de proteção contra a progressão da IRA.

Material e Método

Estudo clínico observacional, prospectivo e unicêntrico, envolvendo pacientes admitidos em UTIs de um centro hospitalar universitário; os critérios de inclusão foram: idade ≥ 18 anos e internação em UTI; os critérios de exclusão: DRC estágios 4 a 5D, transplante renal e IRA KDIGO 2 ou 3 na admissão; os pacientes foram seguidos por 7 dias ou até a alta da uti ou óbito; nesta análise foram considerados os seguintes “bundle care”: medidas para PAM > 65 mmHg, suspensão de drogas nefrotóxicas ou ajuste de drogas de acordo com a função renal.

Resultados

123 pacientes com idade de 57 (45 – 69), 86 (70%) homens, 90 (74%) brancos, 35 (29%) portadores de diabetes, e 23 (19%) com neoplasia; à admissão observado SOFA escore 4 (2-7); o motivo principal da internação foi cirurgia eletiva em 40 (32%), trauma 23 (19%), cirurgia de urgência 14 (11%), síndrome coronariana aguda 11 (9%); 12 (10%) apresentavam IRA KDIGO 1 na admissão na UTI, cuja causa principal foi SIRS em 7 (64%); 37 (30%) desenvolveram IRA ao longo do seguimento, sendo 19 (70%) KDIGO 1, 6 (19%) KDIGO 2, e 7 (22%) KDIGO 3; um total de 13 (41%) pacientes progrediram para KDIGO 2 ou 3; não foram detectadas diferenças entre o subgrupo “progressores” vs. “não-progressores” em relação a idade, SOFA escore, creatinina de base, sexo, diabetes, ou neoplasia previa; entre os progressores, todos os pacientes receberam de forma espontânea medidas para manter PAM > 65 mmHg, enquanto apenas 31% recebeu ajuste de dose de drogas pela função renal, e 15% teve droga nefrotóxica suspensa.

Discussão e Conclusões

A frequencia de IRA nesta amostra foi de 30%, sendo que 41% destes pacientes apresentaram progressão da IRA; não foi possível discriminar diferenças clínicas e demográficas entre progressores e não-progressores nesta sub-análise; uma parcela reduzida de pacientes recebeu cuidados de ajuste ou suspensão de drogas nefrotóxicas.

Palavras Chave

Injúria renal aguda
Bundle care
Paciente crítico

Área

Injúria renal aguda

Instituições

Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

LYGIA LUSSIM, ANA LAURA MENDES LOURENÇO , CINTHIA ESBRILE MORAES CARBONARA, ANDRE LUIS BALBI, DANIELA PONCE, RODRIGO BUENO DE OLIVEIRA