Dados do Trabalho


Título

HIPERTENSAO EM TRANSPLANTADOS RENAIS: A PA NOTURNA E UMA INCOGNITA SEM MAPA

Introdução

Hipertensão arterial sistêmica (HAS) no pós-transplante renal (TXR) se correlaciona com desfechos cardiovasculares e renais negativos, com perda de função renal, diminuição da sobrevida do enxerto e maior mortalidade por estas causas. Receptores de TXR podem apresentar valores discrepantes de PA quando ela é obtida em consultório ou por metodologias sistematizadas como a Monitorização Residencial da PA (MRPA) ou Monitorização Ambulatorial da PA (MAPA), com prevalências significantes de ausência de descenso noturno ou mesmo HAS noturna, além de fenótipos de hipertensão do avental branco (HAAB) e hipertensão mascarada (HAM).
OBJETIVO: Comparar as medidas de PA de consultório e da MAPA de transplantados renais não diabéticos provenientes de um ambulatório de TXR de um hospital de ensino do interior de SP.

Material e Método

Estudo quantitativo, observacional, de coorte prospectivo. Foram incluídos 33 pacientes adultos, hipertensos, não diabéticos, que haviam recebido TXR há pelo menos 6 meses. Foi aplicado um questionário para conhecimento do perfil sociodemográfico e clínico dos participantes; e consultas de rotina, com 2, 4 e 6 meses, para realização da medida sistematizada da PA de consultório. Ao final de 6 meses o exame de MAPA foi repetido nos 26 pacientes que permaneceram no estudo para confirmar os fenótipos de HAS.

Resultados

Características dos participantes: 55,6% homens, média etária de 46,8 anos, maioria brancos (20). Tempo mediano desde o transplante de 63 meses, maioria de TXR com doadores falecidos (53,8%), 61,5% reportaram HAS, sendo 27% como causa básica da DRC, IMC médio de 27,9 Kg/m2. Observou-se que, tanto para valores sistólicos e diastólicos, a avaliação ambulatorial apresentava valores médios superiores ao resultado obtido pelo exame de MAPA (p<0,05), com sensibilidade de 27% e especificidade de 78% quando diagnosticados com a PA controlada, 6 pacientes foram classificados como hipertensos resistentes, 12 tinham HAAB, 2 HAM, 4 em cada 10 pacientes apresentavam curva pressórica anormal, e 92,3% dos participantes do estudo não apresentaram descenso noturno adequado variando de -18 a +11 com valor mediano de +3%, já o descenso noturno diastólico variou de -16 a + 18 com valor mediano de +3,5%.

Discussão e Conclusões

A HAS no TXR é altamente prevalente, com fenótipos variados, particularmente HAAB, e a imensa maioria apresenta alterações da PA no sono, mostrando que a MAPA é de extremo valor para o melhor controle pressórico e deveria ser incluída na rotina de hipertensos transplantados renais.

Palavras Chave

Transplante de Rim; Hipertensão; Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial.

Área

Hipertensão

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAEL NAUFEL DE SÁ REBELO, CIBELE ISAAC SAAD RODRIGUES