Dados do Trabalho


Título

ANALISE DE FRAGILIDADE, COGNIÇAO E COMORBIDADES EM PACIENTES IDOSOS COM DOENÇA RENAL CRONICA EM TRATAMENTO CONSERVADOR

Introdução

A doença renal crônica (DRC) é uma condição clínica comum em pacientes idosos, de manejo desafiador no tratamento conservador e que podem necessitar de terapia renal substitutiva, mesmo sem dados precisos dos seus benefícios na sobrevida dessa população. A presença de síndromes geriátricas aumenta a vulnerabilidade e pode impactar ainda mais no prognóstico e nos desfechos de tratamento dessa população. Objetivo: Descrever as condições geriátricas e comorbidades de idosos com DRC estádio 4 ou 5 em tratamento conservador.

Material e Método

O trabalho é parte do estudo AGNES (Aging Nephropathy Study), uma coorte prospectiva, avaliando fatores de risco de mortalidade e biomarcadores em idosos com DRC (clinicaltrials.gov #NCT04132492 e aprovação do CEP 3.438.278). Foram incluídos pacientes com idade superior a 70 anos, de ambos os sexos, com DRC estádio 4 ou 5 (taxa de filtração glomerular (TFG) <30ml/min/1,73m2). Foi aplicada a Escala Geriátrica Ampla, com ênfase nos domínios de funcionalidade (escala de Katz e de Lawton), de cognição (escala de depressão geriátrica (GDS), 10-point cognitive screener (10cs) e Teste do relógio) e comorbidades (escala Charlson).

Resultados

Foram avaliados 85 pacientes com média de idade de 84 anos (± 7,9), sendo 47 homens (55,3%), com 4,7 anos de idade escolar, mediana para a escala de Katz de 1,0 (muito dependente) e de 5,0 (dependência grave) na escala de Lawton. Os valores da escala GDS foram de 5,53 (± 2,38), 10cs de 6,11 (± 2,50) e teste do relógio de 6,79 (± 4,54). As comorbidades mais presentes foram: diabetes em 51,8% dos pacientes, sendo 34,1% com complicações da doença; 23,5% com infarto agudo do miocárdio; 18,8% com insuficiência cardíaca; 22,4% com doença cerebrovascular; 1,2% com hemiplegia e 7,1% com insuficiência arterial periférica. Neoplasia esteve presente em 9,4%, sendo 1,2% com metástases; 12,9% possuíam demência; 5,9% com DPOC; 4,9% com doença do tecido conectivo; 1,2% úlcera por pressão; 4,7% com doença hepática leve e 1,2% com moderada/grave; 4,7% possuíam linfoma e 1,2% tinham HIV.

Discussão e Conclusões

Pacientes idosos com DRC possuem diversas comorbidades, principalmente diabetes melittus. Apresentam ainda alta dependência para as atividades de vida diária, além de depressão e deficiência cognitiva. Estes fatores devem ser considerados e avaliados nesta população, pesando-se no risco-benefício de início de terapia renal substitutiva. Nefrologistas e geriatras devem trabalhar em conjunto para o melhor manejo das síndromes geriátricas nesses pacientes.

Palavras Chave

doença renal crônica; avaliação geriátrica, terapia renal substitutiva

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

ANA CRISTINA GIMENES, JULIA CASTANHEIRA LAUAR, VENCESLAU ANTONIO COELHO, MARIANA L INNECCHI, TIAGO EMANUEL COSTA, ROSA M MOYSES, ROSILENE MOTTA ELIAS