Dados do Trabalho


Título

CONHECIMENTO DA POPULAÇAO SOBRE A INFLUENCIA DA ALIMENTAÇAO NA LITIASE RENAL

Introdução

A litíase renal é uma doença muito prevalente, cuja morbidade associa-se com a recorrência de formação dos cálculos. Apesar da alimentação ter um papel importante na prevenção e tratamento da doença, esse conhecimento ainda é pouco difundido. Este trabalho avaliou o conhecimento da população geral e de indivíduos litiásicos sobre a formação dos cálculos renais e as medidas dietéticas recomendadas para sua prevenção.

Material e Método

Trata-se de um estudo transversal, com amostra de conveniência (snowball). Os dados foram coletados por meio de um questionário online, elaborado a partir da expertise dos pesquisadores, contendo 39 questões [dados sociodemográficos (8), de saúde (14), conhecimento sobre litíase renal e alimentação (17)] e divulgado em mídias sociais.

Resultados

O questionário foi respondido por 283 pessoas [76,1% mulheres; idade 34,5 (28-75,41) anos], 61,5% declarando-se litiásicos. O grupo litiásico apresentou mais comorbidades do que os não litiásicos, com diagnóstico datando 2015 (2008 – 2019). Cerca de 54% dos litiásicos reportaram nunca ter recebido orientação nutricional para tratamento da litíase. O percentual de acertos nas 17 questões específicas foi 47,1 (29,4 – 64,7%), não diferindo entre litiásicos e não litiásicos (p=0,30). As maiores porcentagens de acertos em geral foram para os itens “aumentar a ingestão de líquidos pode diminuir” (90,8%) – sendo menor nos litiásicos (87,9% vs não litiásicos: 95,4%, p=0,034) - e “o consumo elevado de sódio pode aumentar” (77,4%) a formação de cálculos - não diferindo entre os grupos. Já as menores porcentagens de acertos em geral foram para os itens “chocolate ao leite é o mais indicado para pacientes com cálculo à base de oxalato” (8,8%) – sendo menor nos litiásicos (5,7% vs não litiásicos: 13,8%, p=0,021) - e “o consumo elevado de gorduras não tem efeito direto sobre a formação de cálculos” (16,6%) - não diferindo entre os grupos. Entretanto, os litiásicos apresentaram maior frequência de acertos no item “o baixo consumo de cálcio aumentar a formação de cálculos” (29,9% vs não litiásicos: 24,8%, p=0,018).

Discussão e Conclusões

A aplicação do questionário mostrou baixa taxa de acertos sobre alimentação e formação de cálculos renais, sendo que pacientes litiásicos apresentam conhecimento similar aos não litiásicos. Este é um fato preocupante considerando a importância do manejo dietético no tratamento da litíase renal.

Palavras Chave

cálculo renal, dietoterapia, alimentação, conhecimento

Área

Multiprofissional: Nutrição

Instituições

Centro Universitário São Camilo - São Paulo - Brasil

Autores

ANA PAULA NEHARA MOREIRA, RODRIGO TORQUATO BRONZATE, CHRISTIANE ISHIKAWA RAMOS