Dados do Trabalho


Título

SINDROME NEFROTICA DE DIFICIL MANEJO E DISAUTOMIA: UM DOS DESAFIOS DA AMILOIDOSE RENAL.

Relato do Caso

Apresentação do caso: Paciente masculino, 50 anos, casado, pardo, natural da Paraíba, residente em Itaboraí/RJ. Portador de hipertensão arterial, iniciou edema progressivo em membros inferiores em dez/21, evoluindo com ascite, derrame pleural e dispneia. Refere inúmeras internações ao longo de 15 meses. Inicialmente, recebeu diagnóstico de trombose venosa profunda e insuficiência cardíaca descompensada. Evoluiu com hipotensão e síndrome edemigênica. Durante a última internação, foi encaminhado ao Serviço de Nefrologia do HUAP-UFF para investigação de síndrome nefrótica. Apresentou anti-PLA2R, sorologias e marcadores imunológicos não reagentes, eletroforese de proteínas com perfil policlonal, albumina sérica 0,9g/dL, proteínas totais 2,5g/dL, proteinúria 27g/24h, Ur 75mg/dL, Cr 1,8mg/dL. USG abdominal: ascite volumosa. Rins de aspecto normal. ECOTT: FE 81 %, sem alterações. Realizada biópsia renal, analisada no Serviço de Patologia-UFF, que revelou depósitos glomerulares e intersticiais de material amorfo, homogêneo, congofílico e com refringência verde maçã à luz polarizada, consistente com substância amiloide. Presença de fibrose intersticial e atrofia tubular leves. Enviada amostra da biópsia ao Programa de Amiloidose Janssen para classificação do amiloide por espectrometria de massa. O paciente segue internado desde março por dependência de reposição venosa de albumina e quadro de disautonomia. Realizado rastreio infeccioso, neoplásico e biópsia de medula óssea, com resultados negativos, desfavorecendo os subtipos AA e AL. Espectrometria de massa com resultado inconclusivo, e teste genético (ATTR) negativo. Discussão: A amiloidose é uma doença heterogênea, de natureza genética ou adquirida, localizada ou sistêmica, caracterizada pela deposição extracelular de fibrilas organizadas, causando disfunção progressiva de órgãos. A amiloidose renal em biópsia nativa tem uma prevalência de aproximadamente 2%, sendo os subtipos AL e AA os mais frequentes. O quadro clínico renal é dependente do compartimento e grau de deposição, bem como do subtipo de proteína amiloide. A proteinúria é a manifestação mais comum, geralmente associada a depósitos glomerulares, podendo superar 20g em 24h. Conclusão: O diagnóstico da Amiloidose ainda é um desafio na maioria das instituições públicas brasileiras, pela dificuldade de acesso aos exames complementares necessários à identificação e subtipagem do amiloide, o que permitirá a orientação quanto à conduta clínica do paciente.

Palavras Chave

Amiloidose, síndrome nefrótica, disautonomia, ATTR, AL, AA

Área

Doenças do glomérulo

Instituições

Hospital Universitário Antônio Pedro - Rio de Janeiro - Brasil, Universidade Federal Fluminense - UFF - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

LARISSA CAMISÃO AQUINO, LEIDIANE SANTOS RIBEIRO, EMMANUEL FARIA MENDES CORDEIRO, BEATRIZ AMARO MOURAO, LUIZA QUEIROZ MOREIRA DE ANDRADE SALGADO, LUIS FERNANDO SOBRADO LOFRANO, RAVLA FARIA PEREIRA DA SILVA, VITOR AMORIM ALMEIDA, ANA LUISA FIGUEIRA GOUVÊA, ELIAS ASSAD WARRAK, JOCEMIR RONALDO LUGON