Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE SODIO EM CRIANÇAS INTERNADAS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA MENORES DE TRES ANOS E SUA RELAÇAO COM O APORTE DE FLUIDOS

Introdução

Crianças gravemente enfermas, frequentemente, desenvolvem distúrbios hidroeletrolíticos por diversas razões. Pacientes admitidos em UTIp apresentam instabilidade hemodinâmica, sujeitando-os a receber grandes volumes por via parenteral, sendo necessário avaliar a repercussão na regulação eletrolítica.

Material e Método

A amostra foi composta por menores de 3 anos internados na UTIp de um Hospital Universitário no período de 01/01/2019 a 31/07/2021. Foram excluídos menores de 28 dias de vida, os que permanecerem menos de 48h no setor e os que necessitaram de TRS nas primeiras 48h de internação.

Resultados

Foram analisadas 44 crianças, com mediana de idade 6,3 anos e predominio do sexo masculino (52,3%). Mais de 90% dos pacientes apresentava alguma comorbidade sendo a mais frequente síndrome genética de manifestações sistêmicas (31,7%). O motivo de internação mais observado foi a necessidade de suporte ventilatório (41%) e 41% dos pacientes necessitaram de droga vasoativa. O balanço hídrico avaliado no 2º dia variou de -730 ml/Kg a 996 ml/Kg, 84% apresentaram débito urinário normal, 11,4% deles poliúria e 4,5% oligúria. Dos 44 pacientes, 7 foram a óbito (15,9%).
O sódio sérico variou de 127 a 149 mmol/L com valor mediano igual a 138 mmol/L. Não houve variação significante na mediana de sódio sérico em 48h (p=0,271), 38,6% dos pacientes apresentaram níveis abaixo do valor de referência. No 2º dia, 27% apresentaram níveis menores do que os preconizados e 12% valores maiores do que a referência.
O gênero, presença de comorbidades, necessidade de droga vasoativa (DVA), ventilação mecânica (VM), balanço hídrico e débito urinário não diferenciaram de forma significante pacientes eunatrêmicos e os disnatrêmicos no 2º dia de internação (p>0,05).
Idade e peso menores estiveram mais associados com disnatremias após 48h de internação (p=0,006 e p=0,041, respectivamente).

Discussão e Conclusões

Apesar de encontrarmos uma frequência relativamente alta de distúrbios do sódio em crianças pequenas internadas em UTI, não houve associação estatisticamente relevante com pior desfecho clínico, uso de drogas vasoativas, ventilação mecânica, balanço hídrico e oferta de sódio e cloro em 48h. Acreditamos que esse dado seja justificado pela heterogeneidade da amostra e pela falta de informação quanto a via de administração hidroeletrolítica, o que poderia impactar na velocidade e na gravidade dos distúrbios.

Palavras Chave

distúrbios do sódio, distúrbios do cloro, unidade de terapia intensiva pediátrica, crianças gravemente enfermas

Área

Nefropediatria

Instituições

Unifesp - São Paulo - Brasil

Autores

MARCELA SCHWARZ BICALHO, NILTON FERRARO OLIVEIRA, MARIA CRISTINA ANDRADE, FLÁVIA VANESCA FELIX LEÃO