Dados do Trabalho


Título

SOB A PERSPECTIVA DO PACIENTE, CARACTERIZAÇAO DA COORDENAÇAO DO CUIDADO A PESSOA COM DOENÇA RENAL CRONICA, EM HEMODIALISE, NA PARAIBA

Introdução

A pessoa em hemodiálise (HD) possui diversos problemas clínicos, sociais e psicológicos, além do problema renal em si. Neste sentido, segundo a portaria n° 1.675, de 7 de junho de 2018, o médico de família e comunidade (MFC) seria o coordenador do cuidado deste paciente. Para o paciente, o MFC é o responsável principal pelo seu cuidado? O presente trabalho pretende caracterizar a coordenação do cuidado à pessoa em HD.

Material e Método

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, transversal, realizado por entrevista estruturada, durante o período de janeiro a dezembro de 2022. Foram entrevistados indivíduos maiores de 18 anos, com diagnóstico de DRC estágio G5, em HD há mais de 03 meses, no município de João Pessoa, PB.

Resultados

Foram entrevistados 158 indivíduos com idade média de 52,2 ±14,1 anos, com tempo médio em diálise de 2 ±2,7 anos. 52,5% eram do sexo masculino, 96,8% realizavam HD pelo SUS. Quando questionados sobre o médico responsável por coordenar seu cuidado pré-HD: 50% identificaram o MFC, enquanto apenas 16,4% o nefrologista. Por outro lado, após o início da HD, 83% reconheceram o nefrologista como coordenador do cuidado. As principais características que levaram o paciente a escolher o nefrologista como coordenador do cuidado foram a comodidade, o fácil acesso e a capacidade técnica. O nefrologista obteve nota superior ou semelhante à do MFC em todas as variáveis avaliadas no estudo. 34% não acreditam que o MFC esteja capacitado para resolver seus problemas não relacionados a HD. Estes relatam não sentir confiança, creem que o conhecimento é superficial e/ou não conseguem criar vínculo com o profissional. Apesar disso, os pacientes com cuidado coordenado por MFC tiveram sintomas depressivos, ansiosos, dor, disfunção sexual, alterações do sono, problemas gastrintestinais, ginecológicos e urológicos, investigados, tratados e resolvidos em maior proporção que aqueles cujo cuidado foi coordenado pelo nefrologista. Quando questionados sobre a recomendação, por parte do nefrologista, para vinculação do paciente a atenção primária: 72% afirmam que o profissional é indiferente, enquanto 18% relatam ser encorajados e 10% desencorajados.

Discussão e Conclusões

O nefrologista é reconhecido pelo paciente como o coordenador de seu cuidado. Comodidade e fácil acesso contribuem para a escolha de tal profissional. Um terço dos pacientes não acreditam que o MFC seja capacitado para atendê-lo. Apesar disso, tais profissionais tendem a intervir mais em problemas não relacionados a DRC/HD que o nefrologista.

Palavras Chave

Atenção Primária; Nefrologia; Hemodiálise; Coordenação do Cuidado;

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

PABLO RODRIGUES COSTA-ALVES, ANDREZA KETTLYN SALES DE ARAUJO, EDUARDO HENRIQUE LIMA BATISTA, DANILO DA SILVA FERREIRA, THIAGO NABIL HANNA, EMMANUEL LAWALL DOMINGOS