Dados do Trabalho
Título
PTH BAIXO E UM FATOR DE RISCO PARA MORTALIDADE EM PACIENTES INCIDENTES EM HEMODIALISE.
Introdução
A mortalidade de pacientes em hemodiálise é alta, principalmente nos primeiros anos de terapia. Vários fatores de risco foram identificados, mas ainda há controvérsia sobre o papel do Distúrbio Mineral e Ósseo da Doença Renal Crônica (DMO-DRC) neste contexto. DMO-DRC é uma complicação frequente, de início precoce no curso da DRC e universal em pacientes incidentes em hemodiálise. Não temos dados da associação entre paratormônio (PTH) e mortalidade em pacientes incidentes em hemodiálise no Brasil. O objetivo deste estudo foi testar esta associação em uma grande coorte de pacientes iniciando hemodiálise no país.
Material e Método
Foram incluídos 4.317 indivíduos que iniciaram a terapia entre 01/12/2012 e 31/12/2016. Avaliamos idade, sexo, raça, diabetes mellitus, índice de massa corporal (IMC), fonte pagadora (SUS ou privado), local da primeira diálise (clínica ou hospital), cálcio total, fósforo, albumina, fosfatase alcalina e PTH. Os pacientes foram divididos em 3 grupos de acordo com os valores de PTH (<150, 150-600 e >600 pg/mL). Análise de mortalidade em cinco anos de terapia foi feita por modelo de risco competitivo (transplante renal) e censura para saída de diálise (transferência de clínica, mudança do método ou recuperação da função renal). O modelo foi ajustado para sexo, idade, diabetes melittus, financiamento pelo SUS, primeira sessão de diálise em hospital, albumina e F, identificados em análise univariada.
Resultados
A média de idade foi de 58 ± 16 anos, 58% homens, 44% brancos, 40% com diabetes mellitus, 71% tiveram a primeira sessão de diálise em ambiente hospitalar e 59% foram financiados pelo SUS. A mediana da concentração de PTH foi de 252 (118-479) pg/mL. A porcentagem de pacientes com PTH <150, 150-600 e >600 pg/mL foi de 32%, 51% e 17%, respectivamente. No primeiro ano de terapia ocorreram 1.613 óbitos (37,4%). Destes 36.0% 49.4% e 14.6% tinham PTH <150, 150-600 e >600 pg/mL, respectivamente (p<0,001). Quando comparados às duas outras faixas de PTH, os pacientes com PTH <150 pg/mL eram significamente mais velhos, em sua maioria brancos, com menor percentual de financiamento pelo SUS e maior número desses iniciaram diálise em hospital. Além disso, estes pacientes tinham menor IMC, menor concentração de albumina, F, e fosf. alcalina e maior concentração de cálcio. A análise de sobrevida revelou que PTH < 150pg/mL foi um fator de risco independente para mortalidade - SHR: 1,14, IC: 95% 1,0-1,30, p=0,044).
Discussão e Conclusões
PTH < 150pg/mL em pacientes incidentes é um fator de risco de mortalidade nos primeiros anos de hemodiálise no Brasil
Palavras Chave
DMO-DRC, PTH, HEMODIALYSIS, DIALYSIS, MORTALITY
Área
Doença renal crônica
Instituições
Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil
Autores
HUGO BASTOS DA SILVA DE AQUINO, MARIA EUGENIA F CANZIANI, ANA BEATRIZ L BARRA, ANA PAULA ROQUE DA SILVA, JORGE PAULO S DE MATOS, MARIA APARECIDA DALBONI, ROSA M A MOYSES, ROSILENE MOTA ELIAS