Dados do Trabalho

Título

SÍNDROME DE BARTTER-LIKE ASSOCIADA AO USO DE POLIMIXINA B

Relato do Caso

INTRODUÇÃO
As polimixinas compreendem uma classe de antibióticos com uso clínico atual contra infecções por germes gram negativos multiresistentes. Entretanto, sua nefrotoxicidade é um evento comum.

RELATO DE CASO
Masculino, 33 anos, portador de derivação ventrículo-peritoneal (DVP), iniciou quadro de dor abdominal difusa, associado à distensão, náuseas e vômitos cinco dias da admissão. Por falha da DVP foi realizada passagem de derivação ventrículo atrial (DVA). Evoluiu com meningite, e tratado inicialmente com meropenem e vancomicina. Após resultado da cultura do líquor, com crescimento de Pseudomonas aeruginosa multi resistente, foi iniciado Polimixina B. Após 6 dias de Polimixina B, paciente evoluiu com IRA (elevação de creatinina de 0,83 mg/dL para 2,0 mg/dL), poliúria (4000 ml/dia), alcalose metabólica (pH: 7,58; HCO3: 37,1; BE: +12,7), hipocloremia (Cl 92 mEq/L), hipocalcemia (6,6 mg/dL), hipocalemia (K 1,9 mEq/L), hipomagnesemia (Mg 1,1 mEq/L) com elevada perda renal destes eletrólitos (FeCl 21,6%, FeCa: 7,3% FeK 51,8%, FeMg 31,3%,). Após 14 dias do término da Polimixina B e reposição eletrolítica houve normalização das alterações eletrolícas e recuperação da função renal.

DISCUSSÃO
Desconhecemos relato anterior de síndrome de Bartter associada ao uso de Polimixina B. No entanto, existem poucos casos associados à Colistina (Polimixina E). Nestes pacientes as alterações eletrolíticas se desenvolveram após a primeira semana de uso e houve melhora após suspensão da droga na maioria dos pacientes.

CONCLUSÃO
A nefrotoxicidade por polimixinas é bastante conhecida, porém o desenvolvimento de síndrome de Bartter-like associado ao seu uso é incomum e deve chamar a atenção da equipe médica.

Palavras Chave

Síndrome de Bartter; Polimixina B; Hipocalemia.