Dados do Trabalho


Título

SEGUIMENTO AMBULATORIAL APOS IRA HOSPITALAR

Introdução

Os pacientes com IRA, especialmente aqueles internados em UTI, apresentam alto risco de complicações clínicas e reinternação após a alta hospitalar. O objetivo do trabalho foi criar um ambulatório de seguimento especializado de pacientes sobreviventes a episódio de IRA e avaliar a evolução da sua função renal, reinternação e mortalidade.

Material e Método

Estudo prospectivo em hospital terciário e universitário de seguimento ambulatorial de pacientes que desenvolveram IRA durante a internação hospitalar. Os critérios de inclusão foram pacientes acima de 18 anos, acompanhados pelo nefrologista durante a internação hospitalar com IRA KDIGO 2 ou 3, a partir do ano de 2020.

Resultados

Até o momento estão em acompanhamento 276 pacientes, 63,4% do sexo masculino com idade mediana de 59 (45-70) anos. Em relação às comorbidades, 43,5% tinham hipertensão arterial; 24,3% diabetes melittus; 15,57% neoplasias sólidas; 9,4% doença arterial coronariana e 9,0% insuficiência cardíaca. A etiologia da IRA foi identificada como necrose tubular aguda em 56,9%; associada à nefrotoxicidade em 51,4%; atribuída a sepse em 51,4% e pós-renal em 7,2%. Destes, 118 (42,7%) necessitaram de UTI, 88 (31,9%) de ventilação mecânica, 90 (32,6%) de droga vasoativa e 86 (31,1%) pacientes realizaram diálise. A creatinina mediana basal, máxima e na alta hospitalar foi de 1,0 (0,8-1,5) mg/dL, 5,10 (3,5-6,55) mg/dL e 2,50 (1,80-3,20) mg/dL, respectivamente. No seguimento ambulatorial, a creatinina mediana foi de 1,60 (1,20-2,40) mg/dL, 1,50 (1,10 – 2,20) mg/dL e 1,70 (1,12 – 2,45) mg/dL, após 30 dias, 6 meses e 1 ano após a alta hospitalar, respectivamente. Além disso, 21,73% dos pacientes apresentavam microabulminúria positiva 30 dias após a alta hospitalar. Dos pacientes não hipertensos previamente, 5 (3,20%) apresentavam-se hipertensos com necessidade de medicação após 30 dias da alta hospitalar. A taxa de reinternação em 30 e 90 foi de 12,0% e 11,4%, respectivamente. Dois pacientes (0,72%) iniciaram diálise e 6 (2,17%) evoluíram ao óbito durante o acompanhamento ambulatorial.

Discussão e Conclusões

A população analisada demonstra persistência de disfunção renal e microalbuminúria no seguimento ambulatorial de pacientes graves com IRA hospitalar. A criação do ambulatório de pós-IRA hospitalar faz parte de uma estratégia de melhora na assistência em toda a jornada do paciente com IRA.

Palavras Chave

Injuria renal aguda, seguimento ambulatorial, persistência de disfunção renal, microalbuminúria

Área

Injúria renal aguda

Instituições

Hospital de Base de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil

Autores

ANA CAROLINA NAKAMURA TOME, KARISE FERNANDES DOS SANTOS, PAOLA BEATRIZ SOUZA FERRÉS, MARCELA PAGIANOTTO BIDOIA, RODRIGO JOSE RAMALHO, EMERSON QUINTINO LIMA