Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇAO DO MANEJO DO DIABETES MELLITUS E SUAS COMPLICAÇOES CRONICAS EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE NA PARAIBA

Introdução

O diabetes mellitus (DM) é a segunda maior causa de doença renal crônica (DRC) no Brasil. Seu manejo adequado pode contribuir para redução do risco cardiovascular, principal causa de morte em indivíduos em hemodiálise (HD). Desta forma, o presente estudo teve como objetivo caracterizar o manejo do DM e suas complicações crônicas nos pacientes em HD por DRC.

Material e Método

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, transversal, realizado por entrevista estruturada, durante o período de janeiro a dezembro de 2022. Foram entrevistados indivíduos maiores de 18 anos, com diagnóstico de DRC estágio G5, em HD há mais de 03 meses, no município de João Pessoa, PB.

Resultados

Foram entrevistados 158 indivíduos, destes, 52 possuíam diagnóstico de DM. A idade média foi de 59,8 ±2,5 anos, com tempo médio em diálise de 10,4 ±2,8 anos. 63,4% eram do sexo masculino, 96,8% realizavam HD pelo SUS. 90,3% possuíam diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, 28,8% obesidade, 44,2% dislipidemia, 15,3% doença arterial coronariana (DAC), 9,6% acidente vascular cerebral prévio e 5,7% amputação. 38,4% têm suas medicações para o DM prescritas pelo endocrinologista. 69,2% usam insulina. Apesar da contraindicação, 25% utilizavam metformina. 84,6% possuem glicosímetro e fita reagente. Em 29,5% dos casos, o nefrologista é quem checa o controle glicêmico. 94,2% dos pacientes não apresentam registro de hemoglobina glicada no prontuário. Quanto ao rastreio de DAC com eletrocardiograma: 51,9% realizaram em menos de um ano. 49,3% dos exames foram solicitados pelo cardiologista. A retinopatia diabética foi rastreada em 47,9% dos pacientes. 33,3% não recordam quem solicitou o exame. 34% referem que a periodicidade é variável. 52% apresentavam alteração no fundo de olho e, destes, 52% encontravam-se em tratamento. Quanto a avaliação dos pés: 38,4% nunca tiveram seus pés examinados. 30,4% das avaliações foram realizadas por endocrinologistas e 30,4% por nefrologistas. 8,6% apenas olharam os pés, 69,5% olharam e tocaram os pés e 21,7% utilizaram, também, o monofilamento. 34,7% apresentavam úlcera ao exame. Tais lesões eram manejadas pelos nefrologistas (2), generalistas (2), vasculares (1) e angiologistas (1). Quatro pacientes faziam o curativo em casa. 15,3% apresentavam sintomas de neuropatia diabética. Destes, dois realizavam tratamento medicamentoso.

Discussão e Conclusões

O cuidado do indivíduo diabético, com DRC em HD encontra-se aquém do esperado, o que pode contribuir para maior morbimortalidade e prejuízo na qualidade de vida.

Palavras Chave

Diabetes; Hemodiálise; Doença Renal Crônica;

Área

Doença renal crônica

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

PABLO RODRIGUES COSTA-ALVES, DANILO DA SILVA FERREIRA, ANDREZA KETTLYN SALES DE ARAUJO, EMMANUEL LAWALL DOMINGOS, THIAGO NABIL HANNA, EDUARDO HENRIQUE LIMA BATISTA