Dados do Trabalho


Título

FALENCIA DE ACESSO VASCULAR EM HEMODIALISE

Relato do Caso

INTRODUÇÃO: Dos pacientes com doença renal terminal em hemodiálise (HD), 80% necessitarão de uso de cateter como acesso devido a impossibilidade de fístulas ou próteses vasculares. Em pacientes em HD por longos períodos e com múltiplos cateteres, podem ocorrer estenose ou trombose venosa, sendo necessárias vias não convencionais de implante de cateteres. Objetivo: Relatar caso de um paciente com falência de acesso e uso de cateter trans-hepático. Relato de caso: Homem, 74 anos, branco, iniciou HD em 20/10/2017 por calculose vesical. Demais comorbidades: Déficit cognitivo, hipertensão arterial e tabagismo de longa data. Tinha contraindicações psicossociais para diálise peritoneal e transplante renal. Durante os 5 anos e meio em HD, foi submetido a confecção de FAV braquibraquial bilateral, uma com funcionamento por 5 meses com trombectomia como tentativa de recuperação, porém, sem sucesso e outra com falência primária. Foi implantado cateter de longa permanência (CLP) em veia jugular interna direita (VJD) 2 vezes. Estudo angiográfico identificou, oclusão de veia cava superior, braquiocefálica e subclávia esquerda, sendo realizadas duas angioplastias com balão sem sucesso. Implantado, então, CLP em veias femorais, com trocas recorrentes por infecção e disfunção. Após 5 anos de diálise, realizado novo estudo vascular e evidenciadas oclusões de veias jugulares, subclávias, cava superior e inferior e ilíacas bilaterais. Optado por implante de CLP de 27 cm, em veia cava inferior via acesso trans-hepático. Dialisou por essa via por 5 meses com exames regulares e boa qualidade de vida, apesar de baixo fluxo de sangue (200 ml/min). Após 5 meses, foi internado por AVE hemorrágico e disfunção do acesso: Realizada troca do CLP trans-hepático por fio guia, porém, sem sucesso. Foi, então, paliativado, evoluindo com óbito. Discussão: Na ausência de possibilidade de confecção de fístulas ou próteses arteriovenosas, pacientes em HD podem evoluir com doença venosa central (DVC) devido a implante de múltiplos cateteres. DVC é caracterizada por oclusão de veias centrais, tornando-se assim necessário o uso de acessos em veias subclávias e femorais, e ainda, em casos de exceção, devido dificuldade técnica, os acessos via translombar, trans-hepática e transilíaca. Conclusão: Falha de acesso vascular é um desafio na prática do nefrologista. O uso de CLP em via não convencional como no nosso caso, o trans-hepático, é possível e pode prolongar a sobrevida do paciente.

Palavras Chave

Hemodiálise, falência de acesso, doença venosa central, cateter trans-hepático

Área

Doença renal crônica

Instituições

Hospital de Base de São Jose do Rio Preto - Roraima - Brasil

Autores

GABRIELA MARIA COSTA FERREIRA, ANNE CAROLINE DA SILVA MENEZES, FERNANDA BIROLLI MARTINS, PRISCILLA MAIRA COSTA SANTOS, MARCELA PAGIANOTTO BIDOIA, FERNANDA SALOMAO GORAYEB POLACCHINI